Curiosidades e fenómenos sobre o nosso Mundo. Um setor informativo do Grupo Galeriacores
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Saiba qual é o seu número entre a população
É hoje que a população mundial chega aos sete mil milhões. E com 200 mil pessoas a nascer por dia os especialistas preveem que, até ao final do século, se ultrapassem os dez mil milhões de pessoas na Terra. Cerca de metade da população mundial atual nasceu nos últimos 40 anos.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Aspirina pode reduzir alguns casos de cancros hereditários para metade
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
O telemóvel do futuro é de enrolar e muda de tamanho
Descoberta no espaço àgua que dava para encher milhares de oceanos
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Khadafi deixou 1300 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos em Portugal
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Fim do mundo já tem hora marcada: esta sexta-feira às 15h00
O pregador evangélico Harold Camping encontrou o ano (2011), o mês (outubro), o dia (21) e, agora, a hora (15h00). O fim do mundo só não tem minuto definido nem fuso horário... Segundo o profeta da desgraça, falta menos de um dia para o apocalipse. A boa notícia: Camping já previu uma vez o ‘Dia de Julgamento’ e falhou. Mas a culpa do erro é da Bíblia.
Há avanços na ciência da profecia. Já faltam menos de 24 horas para as 15h00 desta sexta-feira, dia 21 de outubro, dia em que o mundo acaba, segundo o vaticínio de Harold Camping, o grande mestre das previsões, pregador evangélico do ‘Family Radio’.
O ‘Dia de Julgamento’ está à porta... Harold Camping tenta, pela segunda vez, adivinhar a data do apocalipse. Na primeira tentativa, apontou 21 de maio. A verdade é que, nas primeiras horas de 22 de maio, assim que percebeu o erro, foi encontrar uma explicação.
E culpou a Bíblia. O livro sagrado provocou um erro de interpretação do pregador. Mas Harold não assume o erro e diz mesmo que 21 de maio foi o ‘Dia de Julgamento’, mas em termos espirituais. A partir de então, todos estamos a ser julgados e o nosso destino chega dentro de 20 horas (não se conhece o fuso horário, mas não há previsões perfeitas...).
O Homem atravessa, desde maio, um ciclo de destruição, que termina amanhã, 21 de outubro. É o fim do mundo? Pelo menos, algo acabará: a confiança nas previsões catastrofistas de Harold Camping, que poderá encontrar na Bíblia a razão para mais um falhanço e, quem sabe, uma nova atividade.
Camping tem cara de louco. Certo é que arrasta centenas de pessoas, fieis ao ‘Family Radio’... Na anterior profecia, destruiu a vida de muitas pessoas, que acreditaram na previsão e tomaram decisões inacreditáveis, como vender todos os bens e preparar-se para a morte...
Fonte: PTJornal
Satélite alemão deverá cair na Terra este fim-de-semana
A órbita em forma de onda do satélite atinge, no extremo, a latitude de 53 graus, que a Norte, por exemplo, será um paralelo que atravessa o Norte da Holanda. Por isso, o satélite passa pela região do globo que contém a maior parte da população humana.
Segundo o Centro Aeroespacial Alemão, a probabilidade de alguém “ser ferido” por uma das peças é de um em 2000. Isto não é o equivalente a que cada pessoa tenha esta probabilidade de apanhar com um pedaço do satélite em cima, mas que em teoria, seria necessário o satélite cair duas mil vezes para acertar numa única pessoa em todo o mundo.
No mês passado, o satélite não comandado UARS da Agência Espacial Norte Americana também caiu na Terra, no oceano Pacífico. Na altura a probabilidade estimada pela NASA de atingir alguém era mais baixa, de um em 3200. Mas mesmo assim, a hipótese do Rosat causar agora um ferido é significativamente remota.
O telescópio foi lançado em 1990, pesa 2,4 toneladas e tem um comprimento de 8,9 metros, uma altura de 4,5 e uma largura de 2,2. O Rosat foi concebido para observar a radiação raio-X no Universo, emitida por estrelas, galáxias e os mais diversos objectos. Descobriu por exemplo que os cometas emitem luz em raios-X.
A informação obtida pelo telescópio entrou em 8000 artigos publicados ao longo dos anos. O satélite, que só estava previsto trabalhar durante 18 meses, continuou a recolher dados durante oito anos.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Japoneses criam mota movida a fezes
Como é possível isto acontecer? O banco onde o condutor se senta é uma sanita que recolhe as fezes e transforma-as em combustível.
O projecto chama-se "Toilet Bike Neo" e faz parte de um desafio criado pela empresa para reduzir em 50% as emissões de CO2 até 2017. Segundo a empresa, o objectivo é criar combustíveis sustentáveis para os veículos.
Segundo o site ‘Sppon & Tamago', a engenhoca ainda pode tocar música, escrever mensagens no ar através de imagens de luz residual e falar com o condutor.
O papel higiénico fica na parte traseira e um mini-vaso sanitário decora a parte da frente da mota.
Para conduzir-se o veículo são necessárias algumas precauções como usar capacete e não ler o jornal enquanto conduz ou enquanto "abastece" o veículo.
O lançamento oficial do "Toilet Bike Neo" foi no dia seis do corrente mês.
O produto vai percorrer quase todo o país numa jornada de mais de 960 quilómetros, passando por cidades como Kyoto e Tóquio.
Fonte: CM
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Tempestade solar pode prejudicar a Terra em 2013
Saiba tudo sobre a possível tempestade solar de 2013. Os danos podem ser terríveis, mas ainda são apenas algumas suspeitas.
A NASA é a maior agência quando o assunto é pesquisas espaciais. Em seus últimos estudos, ela identificou que no ano de 2013 tempestades solares poderiam prejudicar seriamente os sistemas da Terra. É algo que preocupa a muitos, os mitos sobre o calendário maia e o fim do mundo podem não ser exatos, mas esses estudos dizem que é possível o nosso planeta ser afetado pela energia dos ventos solares, que mesmo a uma grande distância conseguem afetar a vida e o nosso clima, e no pior dos casos essas tempestades podem causar resultados devastadores a Terra.
Uma das principais consequências da tempestade solar são os efeitos no nosso sistema de energia elétrica, telecomunicação e internet, sendo superior ao poder de um tornado. Uma tempestade solar com força total pode destruir os sistemas de telecomunicações das grandes empresas e atrapalhar os nossos atuais meios de comunicação.
A ideia de ter pontos do nosso planeta prejudicados por tempestades solares é assustadora, mas real, o sol é uma estrela em constante crescimento, sua energia e força aumentam a cada dia que passa. O Sol a cada ano esta mais ativo, ao contrário do que alguns pensavam de que ele estaria se enfraquecendo. A suposição de que essa energia poderia afetar negativamente a Terra já era cogitada por vários cientistas.
Uma tempestade solar do tamanho da prevista para 2013 já aconteceu em 1859 e recebeu o nome de “Evento Carrington”, ganhou esse nome porque quem deu o testemunho do evento foi o astrônomo Richard Carrington. Por causa da tempestade solar vários cabos de transmissões foram eletrificados, escritórios de telégrafos acabaram sendo incendiados e era possível ver fortes auroras boreais. Acredita-se que se realmente a tempestade solar 2013 acontecer será necessário de quatro a dez anos para o planeta se recuperar do danos causados.
A Tempestade solar pode prejudicar a Terra em 2013, por isso, os cientistas da NASA vivem em constante pesquisa, avaliam todos os dados passados para poderem ajudar e conseguir prevenir efeitos piores ao planeta, com esses estudos se a tempestade sola acontecer em 2013 as empresas de energias e telecomunicações já estarão preparadas para proteger seus equipamentos. Além das pesquisas, sondas espaciais ficam enviando informações sobre o sol, tudo isso para os pesquisadores analisarem as informações com perfeição e assim evitar preocupações e desespero.
Fonte: circuitomt
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Verão quente no Outono, uma coisa nunca vista em Portugal
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
21 tesouros escondidos na Europa
Os prémios European Destinations of Excellence (EDEN), entregues em Bruxelas no Dia Mundial do Turismo (27 de setembro), foram atribuídos na edição de 2011 a 21 destinos não muito conhecidos, mas que são considerados "tesouros escondidos na Europa" por praticarem turismo sustentável.
A recuperação de património em paisagem natural foi o tema em 2011 para a escolha de destinos EDEN. O Parque Natural do Faial foi um dos destinos premiados, levando Portugal pela primeira vez a entrar no clube de países com destinos que ostentam este rótulo de excelência.
Os prémios EDEN atribuídos em 2011 foram para os seguintes destinos: - Parque Natural do Faial (Portugal)- Delfos (Grécia)- Gmund (Áustria)- Marche-en-Famenne (Bélgica) - Pustara Visnjica (Croácia)- Parque nacional Lahemaa (Estónia)- Montevecchio (Itália)- Stykkishólmur (Islândia)- Kalopanagiotis (Chipre)- Ligatne (Letónia)- Ecoparque de Trasmiera (Espanha)- Great Western Greenway (Irlanda)- Slovácko (República Checa) - Roubaix (França) - Rokiskis (Lituânia) - Mecsek (Hungria)- Veenhuizen (Holanda)- Zyrardów (Polónia) - Gharb (Malta)- Idrija (Eslovénia) - Hamamonu (Turquia).
terça-feira, 4 de outubro de 2011
981 asteróides de grande dimensão ameaçam a Terra
Afinal, os asteróides entre 100 e 1.000 metros de diâmetro que rondam o planeta não são 35.000, como era suposto, mas sim apenas cerca de 20.000. O risco de colisão também é mais pequeno do que era estimado até agora. O problema é que 981 (pensava-se que fossem 1000) são de grandes dimensões e podem, de facto, chegar a ameaçar a Terra.
As novas observações desses corpos celestes - que orbitam a uma distância máxima do sol de 195 milhões de quilómetros e se aproximam da órbita terrestre - foram feitas pelo satélite Wise, da NASA, que observou mais de 100.000 asteróides na cintura entre Marte e Júpiter, 585 dos quais estão próximos da Terra.
Os resultados do estudo dirigidos pelo cientista Amy Maizer, investigador da NASA, foram publicados no "Astrophysical Journal".
NASA localizou 90% dos 981 asteróides de grande dimensão
"Este programa permite-nos fazer uma mostra mais completa da quantidade de asteróides que rondam a Terra e estimar da forma mais precisa possível a sua população total", enfatizou Amy Mainzer.
A NASA, em colaboração com outros organismos, localizou mais de 90% dos 981 asteróides de grande tamanho. Ou seja, 911.
O estudo permite concluir que o risco de colisão com a Terra é inferior ao que se pensava. No entanto, a maior parte desses asteróides, ou seja, cerca de 15.000, está ainda por descobrir. O que significa que são necessários mais estudos para avaliar o risco que representam.
Recorde-se que os dinossauros foram extintos há milhões de ano devido - a teoria mais corrente - à colisão de um asteróide de mais de 10 quilómetros de diâmetro com a Terra. Acredita-se que muitos dos 981 asteróides que rondam o planeta terão dimensão semelhante.
Fonte: Expresso
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Alma, o mais complexo telescópio do mundo já está a trabalhar
QUANDO A CHINA DOMINAR O MUNDO
Título: Quando a China dominar o Mundo: O Final do Mundo Ocidental e o Advento de uma Nova Ordem Global
Autor: Jacques Martin
Escrito em Inglaterra e fortemente apoiada em realidades geopolíticas, Jacques Martin lançou um desafio. Todos os que pretenderem contestar a tese deste livro, de que o título e subtítulo são resumos eloquentes, deverão munir-se de provas e argumentos ainda mais convincentes do que os do autor.
Em resumo, ele afirma que o domínio do Ocidente, liderado nos tempos mais recentes pelos Estados Unidos, será em breve substituído pela influência insinuante da China. O autor está ciente da controversa e, para muitos, assustadora natureza das suas afirmações, pelo que procura apoiá-las num impressionante conjunto acontecimentos históricos, económicos e factos da actualidade.
O autor começa por anunciar o fim da ordem mundial ocidental - ou pelo menos da sua predominância ao longo dos últimos duzentos anos. Para ele, a crise financeira em 2008, marcou uma viragem decisiva na história mundial. Não foram só os triliões de dólares varridos dos livros contabilísticos dos investidores, mas a falência de todo o sistema que ficou publicamente exposto. O autor realça o facto de que o relatório do Conselho da Segurança Nacional dos EUA para 2009 "represente uma mudança de 180 graus" em relação aos anos anteriores, prevendo um mundo em que a América passará a ser apenas mais um dos vários parceiros importantes.
De facto, o declínio dos Estados Unidos, baseado na sua debilidade económica, dá corpo a uma das faces importantes da tese do autor. A China encontra em expansão exatamente quando a influência da América no mundo entra em declínio. A presente Crise Financeira não tem fim à vista. A crise da dívida soberana que nos últimos meses assolou quase toda a Europa e que muitos analistas preveem poder vir a engolfar também os EUA, apenas confirma e reforça o ponto de vista do autor, uma vez que, inversamente, a situação financeira da China se encontra basicamente saudável.
E quanto à China? Será que ela realmente virá a "dominar" o mundo? Aqui, o título é um pouco enganador, uma vez que o autor não prevê que as tropas chinesas venham a ocupar as cidades de um império mundial, como as legiões romanas, ou o exército britânico ou os soldados russos fizeram no passado. Ele nem sequer prevê uma proliferação de bases militares chinesas, em lugares remotos, para substituir as dos Estados Unidos.
Não, ele refere-se a um domínio global que rivalizará e até mesmo ultrapassará o do outrora todo-poderoso Ocidente, no auge do seu poder. O crescimento económico da China constitui o núcleo da sua força e da tese do autor. Dada a sua enorme população e a sua enorme extensão geográfica, a China tornar-se-á o parceiro mais importante e indispensável da economia mundial. Produtores, compradores e vendedores terão que tomar muitas, senão a maioria, das suas decisões em função da China, assim como dezenas de nações têm feito em relação aos Estados Unidos nas últimas décadas.
Os investimentos que a China tem efetuado nas economias da África e da América Latina, e a dependência de estados a Ásia Oriental ao mercado chinês para as suas exportações, permitir-lhe-ão uma presença e poder que nem mesmo os Estados Unidos da América possuíam. Os prognósticos que o autor faz sobre a China conquistar maior voz e votos em instituições como o FMI e o Banco Mundial tornaram-se realidade nos últimos meses, assim como a sua convicção de a China forjar alianças com as outras nações do BRIC e laços monetários e económicos bilaterais com os principais parceiros comerciais. O autor prevê ou o fim do atual sistema de Bretton Woods ou a criação de um sistema paralelo que em breve passaria a ser muito mais importante. Parece que o foco da sua atenção está sendo confirmado, quase todas as semanas. O declínio do dólar e do euro (cuja própria sobrevivência está em causa) irá fazer aumentar o valor do yuan, que pode até tornar-se numa - ou mesmo - na moeda de reserva de eleição.
Aliado ao poder económico, outras formas de poder virão. O poder militar da China, diz ele, poderá vir a ganhar supremacia no teatro do Extremo Oriente, do Sueste da Ásia e talvez até no sul da Ásia, com a Índia cercada por clientes e bases chineses. A sua influência diplomática só vai crescer e a posição da China como membro do Conselho de Segurança será reforçada através de uma crescente influência junto às capitais de todo o mundo, assim como em organismos internacionais como a OMS e a OMC.
Com base na sua longa história e rica cultura, a influência da China estender-se-á às artes visuais, cinema, desportos (veja o que aconteceu com os Jogos Olímpicos de 2008) e a língua. Apesar da sua notória dificuldade, milhões de estudantes estão a procurar aprender o mandarim como uma ferramenta essencial para o sucesso. As universidades chinesas já atraem quase cem mil estudantes estrangeiros todos os anos e estão prestes a juntar-se ao clube das instituições de ensino superior mais bem reputadas do mundo. Nas ciências e tecnologias, o avanço da China tem sido igualmente dramático e o aperfeiçoamento da qualidade dos seus cientistas e engenheiros poderá em breve fazer com que o seu número impressionante se transforme numa força avassaladora no mundo da investigação, onde as suas publicações já são impressionantes.
A comida chinesa, já quase omnipresente, e a medicina tradicional chinesa ir-se-ão impondo cada vez mais no quotidiano das populações mundiais. Os turistas chineses, cheios de dinheiro e ansiosos para viajar, já estão a superlotar os destinos mais famosos da Ásia e podem, em breve, ter o mesmo impacto na Europa e nas Américas, enquanto a Grande Muralha e outros locais transformarão a China no país mais visitado da terra.
"A parte fulcral do livro é a afirmação de que, longe de haver uma única modernidade, haverá, de facto, muitas”. Noutras palavras, a "modernização" não significará "ocidentalização", como muitos acreditavam após a queda do império soviético em 1989. Como Singapura e o Japão demonstraram, um país pode ser bastante moderno, sem perder a sua cultura tradicional ou transformar-se numa democracia do estilo ocidental (o autor adora fazer ressaltar que o Japão só parece ser uma democracia plena).
Prevendo, naturalmente, uma forte oposição ao seu argumento, Jacques constrói o seu caso ao longo de centenas de páginas cuidadosamente arquitetadas e bem documentadas. No entanto, alguns leitores poderão ter reservas, pelo menos pelas seguintes razões:
Embora ele refira que um abrandamento do crescimento económico, ou um incremento de manifestações violentas, que tanto preocupa Pequim, poderia causar sérios problemas ao Partido Comunista e que está ciente de que o problema da corrupção "continua a ser substancial e intrincado, pois as suas causas estão profundamente enraizadas no próprio Partido e na miríade de conexões guanxi ", o autor, ainda assim, afirma que os atuais líderes se manterão firmemente no controlo do poder por décadas. Dos vários cenários possíveis que o autor examina, o que lhe parece mais provável é uma transição muito lenta para um sistema semelhante ao de Singapura.
Outros não estão tão otimistas quanto ao futuro do partido. E se houver outro surto do gás SARS, ou equivalente? Ou outro grande terremoto? E se a Crise Financeira se aprofundar e as exportações da China diminuírem para um nível abaixo do nível necessário para manter um crescimento sustentado? O que acontecerá se a situação na península coreana detonar numa guerra aberta, arrastando consigo os Estados Unidos?
A renúncia do governo atual à política económica de mercado livre, apesar de ter sido altamente eficaz até agora, apresentou deslocamentos característicos das economias planificadas. O historial do socialismo não recomenda que todos se sintam otimistas quanto ao crescimento continuado da economia chinesa. Muitos estão já pedindo a explosão da "bolha" da China, enquanto outros lamentam a perda de eficiência característica de economias estatais.
Embora não pretenda alvitrar em nome do autor, o meu palpite é que ele iria rebater essas questões com a reafirmação de sua tese geral, de que a continuação de algumas tendências parece quase inevitável. A fação de Xangai poderia voltar ao poder e pressionar no sentido de se caminhar para um menor controlo governamental da economia. Embora o autor não mencione tal cenário, mesmo que o partido seja derrubado por rejeição popular maciça contra a corrupção, outros têm avançado a hipótese de que o Exército poderia entrar em cena formando um "governo de salvação nacional" e restaurando a ordem. Um regime militar iria apenas intensificar as tensões distintamente nativistas da sociedade chinesa, que o autor considera fundamental para a sua tomada de atitude futura quer em relação a outros países quer ao seu próprio papel no mundo.
Muitos não aceitarão facilmente a ideia da gradual e dramática extinção da América, mas alguns acreditam que a sua despromoção da posição de superpotência mundial pode ser muito mais abrupta do que até mesmo aquilo que o autor refere, apesar de o seu livro conter advertências alarmantes relativas ao futuro próximo e a tempos traumáticos para os americanos que, refere ele, estão quase totalmente desprevenidos sobre o que lhes está para acontecer. A falência virtual do Ocidente, incluindo a dos Estados Unidos, pressagia uma perda enorme e potencialmente repentina de poder que poderia encurtar significativamente o cronograma que o autor propõe.
Embora ele reconheça a corrupção endémica que permeia a sociedade chinesa, o autor parece não entender os efeitos debilitantes que isso tem sobre o ânimo das pessoas, nem ele diz muito sobre o que os próprios chineses veem como a podridão moral corrosiva que corrói o âmago da civilização. Até que ponto um país nessas circunstâncias se pode tornar quase ingovernável?
O crescente papel dos líderes mais jovens que regressam do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos Estados, com perceções e expectativas significativamente mudadas, parece não ter sido devidamente tomado em conta pelo autor.
Outro grande problema com este livro, em todo o resto tão poderoso, é a sua total focalização no aspeto secular. Como a maioria dos analistas, o autor ignora completamente o componente religioso da sociedade chinesa, embora repetidamente se refira à base moral confuciana. Para o autor, o crescimento impressionante do cristianismo, especialmente entre os empresários chinesas e os líderes intelectuais, não tem nenhuma importância, se é que ele está ao par desta tendência fundamental. No longo prazo, no entanto, ele poderá estar certo, mesmo neste ponto, pois noutras épocas anteriores e noutras áreas do mundo, o cristianismo não se tem distinguido por silenciar desejos nacionalistas e imperialistas. Uma igreja chinesa altamente cooperante poderia, de fato, fornecer combustível para o tipo de desígnio mundial que o autor anuncia, especialmente se alguns dos futuros chineses "Constantinos", fortemente pressionados para manter o seu império coeso, elejam inteligentemente uma igreja que possa ter o desejo ardente de "influenciar" o governo.
Isso leva-nos ao que parece ser o segundo ponto principal do autor, que em meu entender ele analisa com uma força quase que imparável: aconteça o que acontecer no futuro, a China não se tornará ocidentalizada, ou um país neoliberal, mas uma sociedade absolutamente chinesa, com determinadas características herdadas da sua longa e extremamente poderosa história e cultura.
Assim, ele conclui o livro com uma reafirmação das "diferenças que definem a China" e que em grande parte darão cor à sua futura posição num mundo cada vez mais sino-cêntrica:
1. A China não é um estado-nação no sentido moderno, mas um estado-civilização. Não encontra a sua identidade em fronteiras arbitrariamente definidas (embora estas sejam importantes), mas na sua cultura e história milenar. Irá "procurar alimento, inspiração e paralelos no seu passado, tanto nos “milénios de glória” como no "século de humilhação”. Como outrora, o Estado será "crucial na sociedade e será tão sacrossanta como era na época imperial."
2. "A China está cada vez mais inclinada a conceber as suas relações com a Ásia Oriental em termos de um sistema estado-tributário, ao invés de Estado-nação”, em que a profunda desigualdade de poder (com a China assumindo-se como o líder incontestável) traz estabilidade. Outros países, nomeadamente alguns da África, poderão ser tratados da mesma maneira, não como iguais, mas como inferiores reconhecendo a superioridade da China.
3. O povo chinês possui uma "atitude distintamente chinesa para com a raça e a etnia." Embora a história possa indicar o contrário, os chineses Han acreditam que todos eles são derivados de um antepassado comum; que a sua raça se desenvolveu em paralelo e não derivou de outras raças; e que eles são superiores a todos as outras raças. As acusações de racismo são veementemente negadas pelos próprios chineses, mas o autor acredita que ele tem a prova que demonstra que "isto está enraizado na psique chinesa”. A sua mentalidade de "império do centro" fará com que a China "permaneça distante, escondida numa nova hierarquia da humanidade, sendo o seu sentimento de superioridade baseado numa combinação de arrogância cultural e racial”.
4. A China vai continuar a operar a partir de uma "plataforma continental de dimensões bem diferentes das outras nações." É realmente uma combinação de vários, mesmo muitos países diferentes. "Este caráter singular da China permite a realização de experiências (como as reformas de mercado) numa determinada área sem necessariamente ter que aplicá-las noutro local.
5. A forma de governo da China continuará a ser distinta: o Estado nunca foi obrigado a "partilhar o poder com ninguém", ou “a prestar contas ao povo”. Tem sempre "presidido à sociedade, de forma suprema e incontestável”. Naturalmente que, a moral confuciana, que defende o Estado, com seu conceito do Mandato dos Céus, inclui um pacto implícito com o povo. Se o governo não conseguir prover ao sustento material essencial, ou permitir a continuação da corrupção desenfreada, pode perder a sua legitimidade e ser substituído.
6. A "Modernidade chinesa ... distingue-se pela velocidade de transformação do país." Por décadas, irá englobar as zonas urbanas modernizadas e as zonas rurais subdesenvolvidas. O passado e o presente serão justapostos, por um período longo, o que significa que a força da história e da tradição vai fazer sentir a sua influência por muito tempo.
7. O Partido Comunista tem governado a China desde 1949. Caracterizado pela flexibilidade e pragmatismo, reinventa-se a si próprio permanentemente e, portanto, a sua probabilidade de permanecer no poder é significativa.
8. Nas "próximas décadas a China combinará as características de um país desenvolvido com as de um país em desenvolvimento", e o sentimento de injustiça será compartilhado por todas as países ex-colonizados combinados com o poderio de um gigante independente.
Como resultado dessas "diferenças", o impacto que a China vai ter no mundo apresentará formas e maneiras inesperadas por grande parte dos pensadores ocidentais. A sua influência será exercida de forma mais maciça que a do Ocidente e assumirá uma forma singularmente chinesa.
"Como potência mundial, a maior preocupação com a China reside... [no] seu profundamente enraizado complexo de superioridade... Se o cartão de visitas do Ocidente foi, muitas vezes, a agressão e a conquista, o da China será o seu arrogante sentido de superioridade e o espírito de hierarquização que isso criou. “ (Neste ponto, recordamo-nos de Ozymandias de Shelley e, talvez ainda mais, das palavras de uma camponesa da Galileia referida em Lucas 1:51-52).
Aqui, de novo, a minha única questão importante tem a ver com o crescimento do cristianismo. Se esta fé se enraizar na cultura chinesa, o seu impacto poderá ser profundo ao fim de algumas gerações. Será que - talvez pela primeira vez na história da humanidade – isso seria suscetível de promover um espírito de humildade e concórdia nacional? Mas isso pertence ao futuro longínquo. Por agora, a nossa convicção é de que o autor produziu uma análise robusta.
12 Junho de 2010
Dr. G. Wright Doyle
Publicado em: “Sociedade e Política Chinesa, Críticas Literárias”