terça-feira, 27 de abril de 2010

Lesmas nos mares dos Açores são valiosas em laboratório


Da ilha do Faial chegou uma surpresa: o Porto da Horta está pejado de uma lesma-do-mar, onde se isolou uma molécula nova. Os primeiros testes indicam que tem propriedades farmacêuticas. Se daqui surgir uma patente, as populações locais deveriam receber parte dos benefícios? Há uma discussão em curso sobre isto a nível mundial.


Parece feita de veludo e, só de a ver em fotografi as, apetece tocarlhe para confi rmar se é macia. E as suas cores, um azul e um verde vistosos, são um aviso aos predadores, como se gritasse aos quatro ventos para não a comerem, que é tóxica. O aviso é a sério: a Tambja ceutae é uma lesma-do-mar que acumula uma molécula tóxica, agora descoberta, para defesa própria.


A espécie já é conhecida há mais de 20 anos: com cerca de 2,5 centímetros de comprimento, foi encontrada pela primeira vez em 1988 em Ceuta, daí o nome científi co que lhe atribuíram. Tanto em Ceuta como em Marrocos, Sul de Espanha, Canárias, Cabo Verde, Madeira e Açores, os locais onde entretanto tem sido observada, nunca primou pela abundância.


Mas em Agosto de 2007 as coisas mudaram: numa campanha internacional de estudo das lesmasdo- mar do Atlântico, que incluiu o biólogo português Gonçalo Calado e que passou por locais como as Bermudas ou o Brasil, os cientistas mergulharam numa zona mesmo à mão de semear e deram de caras com ela. Estava colada à ilha do Faial, a pouca profundidade.


“Encontrámos muitos exemplares dentro do Porto da Horta. Apanhámos algumas dezenas, entre meio metro e dois metros de profundidade. Foi fantástico”, conta Gonçalo Calado, professor da Universidade Lusófona e investigador do Instituto Português de Malacologia.


Por que é que há ali tantas Tambja ceutae? A resposta encontrase no que lhe serve de alimento. Ela come um briozoário, animal que vive agarrado ao fundo por um pé (parece um raminho) e que se alimenta de partículas que fi ltram da água. Ora, esse briozoário, da espécie Bugula dentata, existe em grande quantidade nas paredes do Porto da Horta. “E ela cresce e multiplica-se lá. Facilmente se localizam centenas de exemplares.”


Nessa campanha, também a observaram no mar, entre as ilhas do Faial e do Pico – mas em menor quantidade, porque o briozoário é aí mais escasso.


Os exemplares recolhidos foram congelados e encaminhados para um laboratório em Itália, para uma série de estudos. “Só agora foi possível obtê-la em quantidade sufi ciente para os estudos químicos”, explica Gonçalo Calado.


Guerra contra o cancro


Os especialistas de lesmas-do-mar (ou nudibrânquios, como lhes chamam) sabem que este grupo de animais foi desenvolvendo a capacidade de fabrico ou de acumulação de substâncias químicas que afastam, ou até matam, os predadores. Não têm concha, o que à partida é uma desvantagem, mas arranjaram outros meios de protecção – avançaram para a guerra química. E a coloração chamativa do corpo, associada às armas químicas que desenvolveram, funciona como um aviso aos potenciais predadores.


Cores vivas costumam ser sinónimo de lesmas tóxicas, mas também as há imitadoras: embora sejam comestíveis pelos predadores, protegem-se atrás da cópia das cores vistosas de outras espécies, essas sim indigestas.


Para os seres humanos, as armas químicas das lesmas-do-mar podem revelar-se valiosas. Vários estudos têm demonstrado que são detentoras de moléculas raras na natureza, que podem ter também interesse farmacêutico. Por exemplo, a empresa PharmaMar, em Madrid, tem estado a testar moléculas oriundas de lesmas-domar contra o cancro. A ideia não é apanhá-las até à exaustão para extrair as suas moléculas; antes é inspirar-se nessas moléculas para as fabricar em laboratório.


Os resultados dos estudos químicos da Tambja ceutae foram apresentados na revista científica Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, num artigo publicado em Fevereiro e que o Instituto Português de Malacologia divulgou este mês em comunicado de imprensa: a equipa isolou uma nova molécula e ela apresenta propriedades antitumorais.


A nova molécula chama-se tambjamina K. Como se depreende pela letra, é a 11.ª molécula desse grupo, que recebeu este nome porque as tambjaminas foram isoladas pela primeira vez em lesmas-do-mar do género Tambja (de uma espécie diferente da estudada agora). As tambjaminas também estão presentes em bactérias e noutros invertebrados marinhos, como os briozoários.


Aliás, a Tambja ceutae deve adquirir a molécula através da comida. “Foi detectada em pequenas quantidades no briozoário. Muito provavelmente, é o briozoário que a produz e a lesma-do-mar, ao comê-lo, guarda a molécula para a sua própria defesa”, diz Gonçalo Calado, um dos autores do artigo científico.


Os testes, ainda muito preliminares, revelaram que a tambjamina K possui actividade contra células humanas cancerosas do cólon, do útero e do cérebro, por exemplo. Dependendo da concentração, a molécula exibiu uma actividade tóxica notável tanto em células tumorais como em células não tumorais de mamíferos, concluiu a equipa no artigo, acrescentando que a tambjamina K impediu a proliferação de todas as linhas celulares testadas.


Uma patente em vista? “A molécula é promissora, mas ainda não está em fase de ser patenteada. Ainda está longe de uma patente”, responde Gonçalo Calado. Antes de mais, é preciso encontrar grupos científi cos que se interessem pela molécula, nomeadamente em empresas farmacêuticas, e que avancem com uma bateria de testes mais específicos. Mas desta história pode tirar-se uma lição: “O mar como fonte de substâncias naturais para uso humano ainda nos traz muitas surpresas, mesmo quando olhamos para espécies relativamente comuns e em áreas muito humanizadas, como é o caso do Porto da Horta”, sublinha o biólogo. “Quem diria que no Porto da Horta existia uma espécie com uma molécula nova, que é promissora em termos de algum tipo de tratamento?”


Partilhar os benefícios


Esta lesma-do-mar pode também ser ilustrativa de um debate em curso entre os 193 países que ratifi caram a Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas, em vigor deste 1993. Além da conservação e do uso sustentável da biodiversidade, esta convenção defende a partilha equitativa dos benefícios comerciais resultantes da utilização de recursos genéticos.


Os países têm estado a preparar o rascunho de um protocolo, que vão discutir em Outubro, em Nagóia, no Japão: o objectivo é chegar-se a um acordo vinculativo sobre o acesso e a partilha dos benefícios de recursos genéticos. Como devem ser partilhados os benefícios do desenvolvimento de uma molécula (cujo fabrico é comandado por genes, em última análise)? Só a empresa que investiu deve ter direito a eles? Ou também devem ser partilhados pelas populações locais onde essa molécula foi encontrada? E ainda pela humanidade?


A discussão promete aquecer e, enquanto não soubermos o que resultará da conferência de Nagóia, desvende-se se o aspecto da Tambja ceutae é como parece, fofo e quase almofadado. Pois não é. “Tem um muco à volta. É viscosa.”



Fonte: Publico

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Preservativos com marca Bento XVI causa polémica


Um memorando de gosto duvidoso elaborado a propósito da visita de Bento XVI a Inglaterra em Setembro está a abanar as relações entre o reino e o Vaticano. Mesmo que o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico e o porta-voz do Vaticano já o tenham desmentido. «Para nós o caso está encerrado», disse Federico Lombardi em nome da Igreja, citado pela BBC.


Em causa está um documento elaborado por um membro júnior do staff responsável pela preparação da visita, que sugere que o Papa abençoe um casamento gay, patrocine a abertura de uma clínica de abortos ou até promova a criação de uma linha de preservativos «Benedictus», o nome do papa em latim.


O memorando, distribuído internamente, continha um aviso: «Por favor proteger; este documento não deve ser partilhado externamente». O problema foi que o jornal Sunday Telegraph teve acesso ao documento e publicou-o.


Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros já veio publicamente apresentar «profundas desculpas». «Trata-se claramente de um documento pateta que de forma alguma reflecte o ponto de vista do governo britânico. Muitas das ideias presentes no documento estão claramente mal avaliado, naives e desrespeitadores», disse fonte do gabinete, que sublinha que nenhum ministro ou oficial teve acesso prévio ao memorando.


Do lado da Igreja, o bispo de Chester, Peter Forster, acha que este incidente é sintomático das relações entre religião e o estado secular. «Penso que a cristandade já faz parte de tal forma da mobília da nossa sociedade que por vezes a negligenciamos ou a tomamos por garantida», disse Forster à BBC Radio 4, acrescentando que «existe uma familiaridade em alguns círculos da sociedade em relação à herança cristã, o que leva a eventos de maus gosto como este memorando».


O autor do memorando, que também previa um pedido de desculpas de Bento XVI por causa da Armada Invencível ou um dueto de caridade entre o papa e a rainha, já foi, obviamente, transferido para outras funções.


A visita de Bento XVI a Inglaterra, a primeira desde que João Paulo II aí se deslocou em 1982, surge numa altura em que a Igreja se vê envolta em várias

polémicas de pedofilia.

Fonte: IOL

Contactos com ETs podem ter consequências devastadoras


O conhecido astrofísico britânico, Stephen Hawking, afimou num programa do Discovery Channel, que no caso da existência de extraterrestres, os homens devem evitar contactos com eles, pois a consequências podem ser devastadoras, informa o site «eBand».

«Se os extraterrestres nos visitassem, o resultado seria mais importante do que quando Cristóvão Colombo chegou à América, o que não foi positivo para os índios americanos», comparou o cientista.

«Extraterrestres evoluídos poderiam talvez ser nómadas e querer conquistar e colonizar os planetas que forem conhecendo», acrescentou.

Colocando a hipótese da existência de vida extraterrestre, o astrofísico destacou que «o verdadeiro desafio consiste em saber com que se parecem actualmente os aliens».

O Homem já fez várias tentativas de contacto com civilizações extraterrestres, sendo que, em 2008, a NASA emitiu no espaço uma canção dos Beatles, «Across the Universe», para mandar um recado de paz a eventuais extraterrestres.

Fonte: IOL

terça-feira, 20 de abril de 2010

Galo passa a ser galinha


As raposas sempre gostaram de caçar galinhas. Na Toscana, em Itália, o facto não é excepção e uma raposa ladina atacou um galinheiro e matou todas as galinhas, deixando apenas o macho, o galo Gianni, que é o personagem desta história. Desde a morte das companheiras, Gianni nunca mais foi o mesmo, de acordo com o jornal italiano «Il Messaggero».


O galo encarnou o espírito de galinha, começou a cantar como tal e até se dedicou a chocar ovos, que são cobiçados como uma verdadeira relíquia. O dono do galo entregou o animal a especialistas, para averiguarem a mudança do bicho.


Um biólogo do departamento de Agricultura de Toscana referiu que pode tratar-se de um gene de sobrevivência, dada a morte de todas as galinhas. «O galo só pode garantir o futuro da linhagem tornando-se uma galinha», sustentou.


O galo transexual continua a chamar-se Gianni, o que talvez aumente a sua crise de identidade. A causadora de toda esta trapalhada, a raposa, continua em parte incerta.



Fonte: IOL

sábado, 17 de abril de 2010

Rapariga croata acorda do coma a falar apenas alemão


Uma menina croata de 13 anos esteve um dia em coma e quando acordou, não falava a sua língua mãe, mas alemão. Os médicos procuram uma explicação


A rapariga com 13 anos, natural de Knin, estava a estudar alemão na escola e para melhorar o desenvolvimento na língua começou a ler livros e a ver a televisão alemã, mas segundo os pais não era fluente.


Acordada de um coma de 24 horas, a menina não consegue falar croata, mas apenas alemão.


Segundo The Telegraph, os médicos do hospital onde a rapariga se encontra consideram o caso invulgar e já a submeterem a vários exames para descobrir a causa da mudança.


De acordo com Dujomir Marasovic, director do hospital, citado pelo jornal britânico, quando o cérebro se restabelece de um trauma como aquele, não é possível saber como vai reagir.


O médico acrescenta que têm várias teses mas que não vão adiantar mais nada, para respeitarem a privacidade da família.


Um especialista em psiquiatria, Mijo Milas, também citado pelo Telegraph disse que noutros tempos o caso da menina seria considerado um milagre, mas que nos dias de hoje preferem uma explicação lógica para o sucedido. Só ainda não a encontraram, diz o especialista.


O perito adianta ainda que já houve casos em que pessoas gravemente doentes e em estado de coma acordaram a falar línguas antigas, como línguas bíblicas.


O psiquiatra disse ainda que até ao momento há apenas especulações, pelo que consideram melhor esperar para saber algo de concreto antes de falarem novamente.


Fonte: Sol

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Político ganha menos de um euro por ano


Quem corre por gosto não cansa. Nir Barkat, presidente da Câmara de Jerusalém, vai todos os dias para o trabalho a pé. Aos 50 anos, não o assustam os dez quilómetros que distam de casa até à Câmara.


E quem trabalha por gosto não custa. Não custa nada ao erário público. Barkat trabalha de graça. Simbolicamente recebe um dólar por ano, menos de um euro. Chega-lhe o dinheiro que amealhou nos anos 90, quando teve visão e fez fortuna ao desenvolver programas anti-vírus para computadores.


Moderno numas coisas, conservador em outras, o edil não reconhece o território palestiniano. Mas essas são outras contas.



Fonte: IOL

Vestida com 1 milhão de metros de cabelo humano




Uma cabeleireira vitenamita estreou-se na profissão de designer de moda com um vestido confeccionado com um milhão de metros de cabelos humanos. Kim Do, assim se chama a cabeleireira, meteu na cabeça que poderia criar uma obra com o mar de cabelos que cortou na carreira... demorou quase dez anos, mas conseguiu.


O Centro de Hanói, no Vietname, acolheu a exposição de designers na qual Kim Do deu a conhecer ao mundo a sua obra-prima. Para elaborar o vestido, espesso e único no Mundo, Kim Do contou com a colaboração de 54 pessoas que doaram cabelo para o efeito.

Antes de confeccionar o vestido, a cabeleireira tingiu uma parte do cabelo para ilustrar um dragão na zona frontal da peça de roupa. Mais: Kim Do ainda confeccionou um insólito chapéu também ele feito de cabelos, claro está.



Fonte: IOL

Um pão com 189 anos




A Páscoa é uma altura do ano marcada pelas tradições. Para os antepassados da inglesa Nancy Titman, de 91 anos, a tradição era fazer pão na Sexta-feira Santa, afirmando que, confeccionado nesse dia, não ganhava bolor. Por estranho que pareça, a inglesa conserva um pão que terá 189 anos.



Nancy recebeu o pão em herança quando a mãe morreu. Foi feito em 1821 e permaneceu na família ao longo das gerações, informa o jornal britânico «Telegraph».



«É uma relíquia que foi passando de mão em mão. A minha mãe dizia que os nossos antepassados acreditavam que pão feito numa sexta-feira Santa não ganha bolor», contou.



Conhecido em Inglaterra como «hot cross burn», é confeccionado com especiarias doces, passas e fermentado com levedura, apresentando uma cruz na parte superior feita com papel de arroz.





Fonte: IOL