terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gatos fluorescentes ajudam no estudo do VIH


Um cientista norte-americano está a testar a inserção de um gene em felinos que os fará emitirem um brilho fluorescente verde, o que poderá ajudar ao estudo da melhor forma de combater o vírus VIH, que provoca a sida.

Eric Poeschla produziu três gatos alterados geneticamente, recorrendo a um vírus que transporta um gene, chamado proteína verde fluorescente, dentro dos óvulos que dão origem aos felinos. O estudo do cientista da Clínica Mayo, em Rochester (Minnesota), foi divulgado na publicação científica 'Nature Methods'.

Este método de modificação genética é simples e mais eficiente do que as técnicas tradicionais de clonagem. O gene, que teve origem na alforreca, contém proteínas que brilham quando são iluminadas por certas luzes. O último animal a ser utilizado nesta lista - que já inclui moscas, ratos, coelhos e porcos - é o gato.

Esta função é usada regularmente por cientistas para monitorizarem a actividade dos genes individuais ou das células em vários animais.

No caso dos gatos florescentes, os cientistas esperam usá-los, geneticamente modificados, no estudo do vírus do VIH/sida.

"Os gatos são susceptíveis ao vírus da imunodeficiência felina, um vírus próximo do VIH, que causa a sida", segundo os professores Helen Sang e Bruce Whitelaw, do Instituto Roslin na Universidade de Edimburgo, onde foi clonada a ovelha 'Dolly', em 1996.

"A aplicação desta nova tecnologia tem o papel de desenvolver o uso dos gatos modificados geneticamente para o estudo do vírus da imunodeficiência felina, que dará informação bastante viável para o estudo da sida", referem.

Robin Lovell-Badge, responsável por desenvolvimentos genéticos no Conselho para a Pesquisa Médica do Reino Unido, disse que "os gatos estão entre as poucas espécies de animais que normalmente são susceptíveis a estes vírus e estão sujeitos a pandemias com sintomas que são tão graves neles quanto nos humanos".

"Perceber como lhes aumentar as resistência tem igual importância para a saúde dos felinos e para a saúde dos humanos", acrescentou Robin Lovell-Badge, citado pelo diário britânico 'The Guardian'.

Fonte: Correio da Manhã

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