domingo, 31 de janeiro de 2010

"Estou no corpo errado"


Eles querem usar saias e cabelos compridos. Elas escolhem cortar os cabelos e vestir só calças. Não dizem que querem ser de um sexo diferente. Insistem que são de um sexo diferente. São crianças com uma perturbação de identidade de género. Casos raros de quem diz estar preso num corpo errado desde sempre. O que fazer com estas crianças? E quando?




Sentem que nasceram com o corpo errado. Não são rapazes que querem ser raparigas. Dizem que são raparigas com pénis. Não são raparigas que querem ser rapazes. Dizem que são rapazes com uma vagina. Nem sempre é possível identificar e diagnosticar uma perturbação de identidade de género na infância ou adolescência. São crianças que muitas vezes acabam por receber um rótulo de Maria-rapaz, "mariquinhas" ou, mesmo, homossexuais. Mas não é a mesma coisa. No mundo da transexualidade lida-se com algo que é muito diferente de orientação sexual: lida-se com a identidade. E a verdade é que quando os transexuais são recebidos pelos especialistas, já na idade adulta, dizem que estão à espera do verdadeiro corpo desde muito cedo. Desde sempre.


"Olá. O meu nome é Josie. Faço anos no dia 16 de Abril. Sou uma rapariga. E tenho um pénis." David Elisco, produtor do documentário Sexo, Mentiras e Género, da National Geographic, conta como conheceu Josie Romero, uma criança com oito anos, do Arizona, Estados Unidos. Foi através de um vídeo caseiro onde se via uma menina loira, sentada numa grande cadeira que lhe deixava os pés soltos a abanar no ar. Josie foi notícia em muitos jornais e programas de televisão como exemplo de uma criança com perturbação de identidade do género e porque está autorizada a iniciar os tratamentos hormonais quando chegar aos 12 anos.


No final do ano passado, os pais de Josie contaram ao mundo a história do seu filho Joey, que aos quatro anos lhes comunicou: "Sou uma rapariga." Primeiro, pensaram que o seu filho era homossexual e pareciam dispostos a aceitar o facto. Alertados pelo pediatra, entraram no conceito da perturbação de identidade do género e identificaram-se. Numa metade do armário da roupa, colocaram artigos para rapaz e na outra metade penduraram coisas de rapariga. A criança não hesitava e escolhia apenas as roupas de menina. Acabaram por aceitar que Joey era Josie.


Assim como foi exemplo o caso de Alex, que, em 2004, quando tinha 13 anos, conseguiu uma autorização do tribunal australiano para iniciar o tratamento hormonal. As notícias falam de uma criança que queria tanto ser rapaz que chegou a usar fraldas na escola só para não ter de utilizar os quartos-de-banho das raparigas. Ou o jovem de 16 anos que este mês obteve, em Espanha, a autorização judicial para fazer a cirurgia de mudança de sexo.


Num documentário de 2007, da cadeia de televisão ABC, a célebre jornalista Barbra Walters apresentou três outros casos de crianças transexuais, com entrevistas às próprias e à família.


De uma forma mais ou menos estridente, todas estas notícias tiveram o mesmo efeito: uma polémica discussão. Uma criança sabe o que está a dizer quando diz que é de um sexo diferente daquele que vemos no seu corpo? E devemos intervir? Como? Quando?


Para quem pensa sobre isto pela primeira vez é fácil cair na confusão. É fácil avançar para a conclusão precipitada de que são homossexuais. Ou, para as famílias, é mais fácil encarar estas manifestações como uma fase - e tentar ignorá-las. Mas é mais complexo do que isso. As crianças com uma perturbação de identidade do género não se caracterizam apenas pela escolha dos brinquedos, das brincadeiras ou das roupas que querem vestir e que, aos olhos do mundo, são do outro sexo. Zélia Figueiredo, especialista na área de sexologia que trabalha com transexuais no Hospital Magalhães Lemos, no Porto, diz que as histórias são todas muito semelhantes. "Quando lhes pedimos para escreverem a história do que está para trás há muitos pontos comuns, tantos que às vezes parecem a mesma história."




"São uns heróis"




Os relatos falam da infância como o marco do início do drama, diz Zélia Figueiredo. Sentem que têm um "defeito de nascença", uma deformação física, sentem repulsa pelo corpo com que nasceram. Sofrem com isso. À medida que crescem, escondem o corpo atrás de coletes que apertam o peito, recusam ir à escola, mutilam-se, deprimem, tentam o suicídio. Não é fácil entender. Não é fácil entendê-las. E, sobretudo, não é fácil ajudá-las.


"São uns heróis", conclui o especialista Pedro de Freitas, do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa. O sexólogo que acompanha vários casos de transexuais confirma que um dos traços comuns a muitas histórias é o facto de esta perturbação se manifestar em idades muito jovens e, frequentemente, na infância. Porém, o mais provável é que não tenha sido identificada como tal nessa altura. E tenha sido "abafada" pela presunção de uma mera fase mais arrapazada ou afeminada. Ou, mais tarde, erradamente encarada como uma questão de orientação sexual. "A questão da identidade de género não tem nada a ver com a orientação sexual", avisa Pedro de Freitas.


Nos casos que acompanha conheceu quem, em criança, se recusava a vestir saias ou, do outro lado, quem não queria outra coisa. "O drama começa em casa, depois na escola e acentua-se na puberdade. Uma das coisas mais terríveis para alguém que se sente homem é a menstruação", explica.


Se tudo parece apontar para uma criança ou adolescente com perturbação da identidade de género, o que fazer? "Apoiar. Desde que nos procurem cedo, nós apoiamos cedo. Mas não podemos intervir. Não posso passar uma receita para um tratamento hormonal antes dos 18 anos. É contra a lei." Mas há medidas capazes de minimizar o sofrimento.


Uma das mais importantes é acompanhar e apoiar psicologicamente a família, que também é afectada, e outra será, por exemplo, falar com os professores. Fazer mais do que isso é complicado. "Uma cirurgia irreversível de mudança de sexo numa criança está fora de questão. E também não me parece que alguém com 12 ou 13 anos tenha estrutura psicológica e maturidade para que se possa iniciar um tratamento hormonal", refere Pedro de Freitas.


Quanto aos pais, devem tentar o mais difícil: nem contrariar, nem incentivar, assumindo uma postura neutra. Antes disso, claro, devem procurar ajuda junto de profissionais de saúde.




"Estamos a confundir tudo"




A maioria dos casos de perturbações de identidade do género na infância e adolescência não é notícia. São raparigas e rapazes que se escondem, que gritam no silêncio ou que simplesmente sentem que "algo está errado" mas não sabem o quê. O especialista do Hospital Júlio de Matos não duvida de que estas pessoas nascem com esta perturbação. "Podem é não saber colocar o rótulo ou só tirar a cabeça da areia mais tarde."


"Flip" é o nickname num fórum de discussão numa associação que quer apoiar a juventude lésbica, gay, bissexual ou transgénero e promover a mudança das mentalidades em relação às questões da orientação sexual e identidade de género. "Só comecei verdadeiramente a tentar resolver a minha vida aos 20 anos, quando tomei consciência de que o que sentia era mesmo muito forte e, por mais que me esforçasse, nunca seria feliz tendo um corpo e um papel feminino no mundo", conta. No entanto, os sinais apareceram muito antes dos 20 anos. "Flip" é hoje Filipe mas lembra "a aventura da menina que desde os 3 anos se apresentava aos amigos com um nome masculino".


"Os meus pais faziam-me passar vergonhas incríveis desmascarando-me constantemente", conta.


Jó Bernardo tem 45 anos e prefere dizer que é transgénero [um termo mais abrangente que se aplica a pessoas que fogem dos papéis sociais de género]. Não completou a operação de mudança de sexo mas optou por um tratamento hormonal que lhe mascarou o corpo masculino com que nasceu. Só mais crescido é que terá aprendido a ler os sinais. "Estava tudo lá desde muito cedo. Desde que nasci. Tenho uma fotografia com o meu irmão gémeo em que vejo isso de forma clara. Tínhamos apenas dois anos, estávamos na praia de Santo Amaro de Oeiras, os dois, de mãos dadas, com um balde na mão e o mesmo fato de banho. A diferença é a forma como seguro no balde, com as mãozinhas para a frente, é que eu estou todo penteadinho, é que eu tenho as pernas fechadinhas..."


A forma como se segura um balde na praia não será, seguramente, um factor que entre num diagnóstico clínico de perturbação de identidade de género. Mas Jó sabe que era muito mais do que isso.


Quando se fala em crianças com esta perturbação, Luísa Ramos, psiquiatra no Hospital Conde Ferreira, no Porto, pede muita calma e bom senso. "Hoje vivemos uma grande confusão em relação ao que é o quê. Estamos a confundir tudo. Homossexuais com travestis, com transexuais... questões de identidade com orientações. E o mediatismo destas situações não ajuda a clarificar." A psiquiatra alerta para a ambiguidade que pode existir na definição de uma criança transexual. Chegar até um diagnóstico destes "não demora dois dias ou dois meses", diz. "É preciso uma avaliação longitudinal.




"Só depois dos 18 "




Em Portugal não se fazem intervenções de mudança de sexo em menores", afirma Rui Xavier Vieira, responsável pela comissão da Ordem dos Médicos que elabora os pareceres necessários para a realização de uma cirurgia de reatribuição de sexo, acrescentando que nunca foi apresentado nenhum pedido para um menor.


O especialista não hesita em desaprovar cirurgias irreversíveis "em crianças e adolescentes jovens". Têm de viver "presos" nos seus corpos até aos 18 anos? "Isso é linguagem dos grupos de pressão", responde. "Isto são processos irreversíveis, tudo tem de ser feito com muito cuidado."


Assim, sobre uma eventual intervenção antes da maioridade, o psiquiatra admite: "Isto está tudo em grande mudança. Não tenho nenhuma oposição, mas temos de pensar em formas de abordar essa questão. Podemos, eventualmente, atrasar as alterações da adolescência nesses casos. Temos de ser razoáveis e ponderar os riscos para a saúde dessa pessoa.


"Alguns países já permitem o início do processo de mudança de sexo com um tratamento hormonal a partir dos 16 anos. Em Portugal é impossível. E mesmo em relação às intervenções em adultos, o país tem uma particularidade. "Somos o único país europeu que exige um parecer da Ordem dos Médicos para realizar este processo. Não se trata de nada imposto pela lei mas pela Ordem", constata o especialista do Júlio de Matos.


Sobre a idade mais adequada para intervir Pedro de Freitas tem duas respostas: "Os 16 anos são a idade ideal. Os 18 são a idade legal." Em qualquer caso, é essencial uma avaliação sobre o grau de maturidade da pessoa que está à nossa frente. "Conheço jovens com 16 anos muito maduros e pessoas com 20, 30 ou 40 que são umas crianças."


E é preciso cumprir a lei. É preciso uma avaliação feita por duas entidades independentes que tenham chegado ao mesmo diagnóstico, é preciso apoio psicológico, psicoterapia, iniciar a terapêutica hormonal, fazer um cariótipo (avaliação cromossómica), passar pela chamada prova real de vida, pedir o parecer da Ordem dos Médicos para realizar a cirurgia e, depois de realizada a cirurgia, avançar com uma acção contra o Estado exigindo a mudança de nome e sexo nos documentos de identidade (porque em Portugal não existe uma Lei da Identidade, ao contrário de outros países). Há situações em que, nesta fase final do processo, o tribunal pode ainda pedir uma perícia do Instituto Nacional de Medicina Legal para que se verifique que o sexo no corpo corresponde ao que está a ser reivindicado.


Tudo isto implica um processo que se arrasta por vários anos e que só pode começar aos 18. Enquanto isso, os transexuais esperam. "Não, enquanto isso, desesperam", corrige Pedro de Freitas. O único cirurgião que faz estas mudanças de sexo em Portugal é João Décio Ferreira. Apesar de estar reformado desde 2009, continua a operar no Hospital Santa Maria para atender estes pedidos.




Doença mental




Em Portugal já foram realizadas cerca de 100 operações de mudança de sexo. São cirurgias comparticipadas pelo Estado a 100 por cento uma vez que a Organização Mundial de Saúde incluiu a perturbação de identidade do género na lista de doenças mentais. "Apesar de existirem muitos grupos a exigir que deixe de constar nesta lista porque se trata de uma discriminação, acho que é bom para eles. Se sair da lista, os Estados desobrigam-se de os tratar porque deixa de ser doença. E aí vão ter de ser eles a pagar."


Outra questão: se antes dos 18 anos ninguém pode votar ou fazer algo tão simples como tirar a carta de condução, devemos equacionar atribuir-lhe o "poder" desta decisão tão radical de autodeterminação? Filomena Neto, que coordena o departamento de bioética da Sociedade de Advogados José Pedro Aguiar Branco & Associados, sabe que esta é uma questão difícil onde não existe "preto e branco".


"Julgo que na menoridade uma autorização para iniciar um processo de mudança de sexo teria que passar sempre por uma tutela jurisdicional que verificasse o processo. Não para discutir a opinião dos médicos, mas para assegurar que foram dados todos os passos para proteger aquele menor", defende Filomena Neto, sublinhando, no entanto, que esta "possibilidade legal" só deveria existir a partir dos 16 anos.


"Aos 12 anos, por exemplo, choca-me. Acho que ainda não existem capacidades para essa autodeterminação. Mesmo uma autorização dos representantes legais não deveria ter influência. Teria de se ouvir o próprio. A verdade é que às vezes fazemos as maiores asneiras com as melhores das intenções."


Há muitas perguntas e não há uma só resposta para um território tão ambíguo e complexo. Antes de tomar uma decisão irreversível é imprescindível eliminar essa ambiguidade e complexidade até ao limite do possível. Para que uma mudança destas seja algo tão simples como o caso que Pedro de Freitas lembra sobre uma mudança de sexo iniciada aos 18 anos. "Esta pessoa afirmava que sabia desde os dois anos que era mulher e tinha o corpo errado. Completámos o processo de mudança e hoje é uma mulher fantástica, muito bonita." Ela juraria que sempre foi mulher.



Fonte: Público

sábado, 23 de janeiro de 2010

Meteorito cai dentro de consultório médico


Um pequeno meteorito caiu dentro de um consultório médico, no Estado norte-americano da Virgínia, fazendo um buraco no telhado.

Linda Welzenbach, curadora da colecção de meteoritos no Smithsonian National Museum of Natural History, confirmou que se tratou mesmo de um meteorito vindo do espaço. «Não é muito grande. É mais ou menos do tamanho de um punho», disse a especialista, citada pela «FOXnews».

A pedra partiu-se, quando embateu no chão. Ninguém ficou ferido. Os fragmentos de meteorito vão agora ser doados ao Smithsonian National Museum.
Fonte: IOL

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Anticiclone dos Açores é culpado pelo mau tempo na Europa


Mais do que apenas uma vaga de frio, o hemisfério Norte está a ser vítima de um conjunto de fenómenos atmosféricos cruzados que se estão a combinar numa onda de mau tempo que tem feito sentir os respectivos efeitos na Europa, nos EUA e na Ásia.

No caso do Inverno rigoroso que tem atingido todo o continente europeu, "trata-se de uma acção conjunta que começou com o anticiclone que se situava no Mar do Norte e posteriormente se deslocou para a Escandinávia e traz consigo o frio árctico", explica Maria João Frade, do Instituto de Meteorologia. A especialista explica que esta onda de frio combinou com uma depressão que veio do Atlântico e começou por atingir "Portugal e Espanha, seguindo para o Sul da Europa e depois para a Europa Central". As chuvas trazidas por esta depressão de Oeste, em conjunto com o frio polar, levaram aos fortes nevões que se têm registado.

De acordo com especialistas da Organização Mundial de Meteorologia, uma das principais causas para o mau tempo tem sido um bloqueio da circulação de ar, uma condição que estará relacionado com o facto do anticiclone dos Açores estar mais a Sul do que é normal para esta altura. Este anticiclone é responsável, normalmente, por segurar o ar frio que vem do pólo e empurrá-lo mais para o Norte. Encontrando-se nesta nova posição, o ar frio não tem encontrado qualquer resistência e as temperaturas anormalmente baixas, chuvas forte e nevões tornaram-se a regra para quase todo o continente europeu.

Esta relação climatérica está relacionada com a Oscilação do Atlântico Norte, um fenómeno atmosférico que deriva das flutuações entre as baixas pressões atmosféricas da Islândia e as altas pressões dos Açores. A oscilação controla a entrada de ventos húmidos do Atlântico, que normalmente se traduzem em mais chuva e menos frio. Com o anticiclone dos Açores deslocado para uma posição mais a sul, o frio dos pólos encontra menos resistência e causa quebras na temperatura por toda a Europa, incluindo Portugal.

Olhando para os efeitos destas condições climatéricas em Portugal, a madrugada de hoje foi atingida por períodos de chuva muito intensa, em especial nas regiões do Norte e Centro.

As chuvas deverão continuar amanhã, com o Instituto de Meteorologia a adiantar que estão reunidas "condições favoráveis à ocorrência de trovoadas".


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Pólos magnéticos estão em mudança desenfreada


Magnetic Poles are shifting


Um deslocamento rápido do pólo norte magnético, como o que agora se verifica, e uma queda abrupta e bastante significativa no campo magnético da Terra, que se vem acentuando nos últimos 300 anos, são fenómenos que sempre antecederam uma "inversão magnética", de que se conhece pouco.



O que se sabe é que estas mudanças de pólos magnéticos têm ocorrido algumas vezes nos últimos milhões de anos. A última aconteceu há 780 mil anos, de acordo com as evidências mostradas nos sedimentos ferromagnéticos.



O pólo norte magnético deslocou-se muito pouco desde a época em que os cientistas o localizaram pela primeira vez em 1831. Depois, em 1904, começou a avançar rumo ao nordeste a um ritmo constante de 15 km por ano. Em 1989, acelerou novamente, e em 2007 cientistas confirmaram que o pólo está agora a galopar em direcção à Sibéria a 64 km por ano.



As implicações nas áreas de navegação, tanto marítima como aeronáutica de grande porte, serão significativas, mas não drásticas, já que hoje existem meios de navegação independentes do magnetismo dos pólos. Mapas do campo magnético devem ser actualizados com mais frequência para que utilizadores de bússolas façam os ajustes cruciais do norte magnético para o verdadeiro Norte.



Desde há séculos, os navegadores usam o norte magnético para se orientar e embora os sistemas de posicionamento global tenham em grande parte substituído essas técnicas tradicionais, muitos ainda consideram as bússolas úteis para se orientar sob a água ou debaixo de terra onde não há sinal dos satélites de GPS.



Com uma inversão do campo magnético terrestre virá um enfraquecimento na capacidade da Terra em desviar os raios cósmicos. Haverá um provável aumento nos casos de cancro de todos os tipos, devido ao enorme bombardeamento de radioactividade causada pelos ventos solares, que sem o escudo de protecção se infiltrarão facilmente na atmosfera, contaminando não somente os seres vivos directamente, mas também a água e os alimentos. Não será nada em escala alarmante ou apocalíptica, mas certamente será algo a que se deverá prestar toda a atenção e cuidados necessários.



Durante esse período, o campo magnético do planeta não será nulo no seu todo, mas bastante diminuído. O maior problema ficará por conta dos buracos nesse campo causados pelas anomalias inevitáveis durante o processo de inversão.



Há, sobretudo, que prestar atenção na quantidade de sol que tomamos nos próximos mil anos.



INVERSÃO GERA INSTABILIDADE



As inversões geomagnéticas são uma área fascinante da pesquisa geofísica que continuará a ocupar físicos e geólogos durante muitos anos. A pesquisa para tentar compreender a dinâmica do nosso planeta continua. Conforme a Terra gira, o ferro fundido do seu interior é agitado e flui de forma estável durante milénios. Por alguma razão durante uma inversão magnética, algumas instabilidades causam uma interrupção da geração estável do campo magnético global, provocando uma mudança de pólos. Segundo a revista ‘Science’, o campo magnético da Terra não é tão simples como se acreditava. Além do dipolo norte-sul, existe um campo magnético mais débil e disperso pelo planeta, provavelmente gerado no núcleo externo da Terra.



APONTAMENTOS



APOCALIPSE



Teorias do apocalipse em 2012 sugerem que a inversão geomagnética está ligada ao ciclo solar de 11 anos. Mas não há qualquer evidência científica.



SEM REGULARIDADE



Há quem afirme que as inversões geomagnéticas ocorrem com a "regularidade de um relógio".



AURORAS BOREAIS



As auroras são uma manifestação geomagnética observadas principalmente nas regiões subpolares. Acontecem porque nem todas as partículas do vento solar são deflectidas pela magnetosfera.



DATAS DA CIÊNCIA



1876. 14 Janeiro



O telefone é patenteado por Graham Bell. Para o escritório de patentes, o invento cobria "o método de, e o instrumento para transmitir sons vocais ou outros telegraficamente, causando ondulações eléctricas similares às vibrações do ar que acompanham o som vocal", ou seja, o telefone.



1742. 14 Janeiro



Morre o astrónomo e matemático inglês Edmund Halley que ficou conhecido ao calcular a órbita e prever o reaparecimento periódico do cometa que viria a receber o seu nome. Morreu pouco antes do reaparecimento do cometa.



1969. 15 Janeiro



Primeira junção de duas naves tripuladas: as soviéticas Soyuz 4 e 5 foram as primeiras plataformas espaciais com quatro tripulantes por quatro horas e meia. Dois cosmonautas trocaram de nave no espaço, sendo os primeiros a regressar à Terra numa nave diferente.



CM RESPONDE



QUE É O GLÚTEN?, Samuel Dias, Castelo Branco



O glúten é uma proteína amorfa que se encontra na semente de muitos cereais combinada com o amido. Representa 80% das proteínas do trigo e é responsável pela elasticidade da massa da farinha, o que permite a sua fermentação, assim como a consistência elástica esponjosa dos pães e bolos. Um pão rico em glúten tem muita proteína e, proporcionalmente, menos carbohidratos, que são compostos altamente calóricos. Há pessoas que são hipersensíveis ao glúten, as portadoras de doença celíaca. Não conseguem digerir a proteína e, por isso, são obrigadas a rejeitar as deliciosas massas ricas em glúten.



Por: Mário Gil



Fonte: Correio da Manhã

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Gémeos nascem em décadas diferentes


Até parece uma charada: dois gémeos idênticos festejam o aniversário em dias diferentes. Além disso, cada um nasceu numa década diferente, pois a mãe deu à luz os bebés precisamente na passagem de ano: um nasceu em 2009 e o outro já em 2010.

Não só são gémeos, como idênticos. Contudo, a data de nascimento não coincide: pouco faltava para o velho ano de 2009 acabar quando nasceu o primeiro, Marcello. O irmão, Stephano, já só nasceu em 2010.

O pai, de 32 anos, estava mais preocupado com a saúde da mãe e dos bebés do que com a data de nascimento. «É uma mistura de sentimentos porque, afinal, tratava-se de uma gravidez de alto risco e era iminente o risco para os bebés», confessou Juan Velasco.

A mãe foi submetida a cesariana a dez semanas do final da gestação. No hospital, ainda chegaram a perguntar aos pais se queriam registar os bebés prematuros na mesma data, mas tal não aconteceu, segundo relatou a médica Catheryne Lynch: «Virei-me para a senhora Robles e para o seu marido e perguntei: querem que eles tenham o mesmo aniversário ou preferem que tenham aniversários diferentes?»

«Eles terão festas separadas, festas de aniversário», admitiu o pai, quando confrontado com esta questão. Assim, Marcello vai festejar o seu aniversário um dia antes do seu gémeo idêntico, Stephano. O mais provável é que os manos celebrem juntos a data numa mesma festa de Revéillon.


Fonte: IOL