segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Russos param de procurar meteorito no lago Tchebarkoul

NASA actualiza dados sobre meteoro que caiu na sexta-feira perto da cidade russa de Cheliabinsk. Cientistas pensam em estratégias futuras para antecipar desastres futuros.

O diãmetro do buraco feito pelo meteorito no lago Chebarkul é de seis metros


Oficiais russos abandonaram as buscas de um dos fragmentos do meteoro que terá caído na sexta-feira no lago Tchebarkoul, que fica perto dos Uais.

Testemunhas viram na altura que o lago tinha sido atingido por um dos fragmentos. Depois, encontrou-se um buraco de seis metros de diâmetro no gelo que cobre a superfície do lago, mas não há sinal do meteorito. “Tomámos a decisão de parar as prospecções. Não continuamos mais hoje”, explicou à AFP Viatcheslav Ladonkin, porta-voz do Ministério das Situações de Urgência.

No sábado, mergulhadores tentaram encontrar no fundo do lago o meteorito. De acordo com a agência noticiosa francesa, Vladimir Poutchkov, ministro das Situações de Urgência, esteve no sábado nos Urais e explicou que a existência de uma camada 1,5 metros de lodo que cobre o fundo do lago dificultou as buscas.

Milhares de pessoas viajaram para a cidade de Cheliabinsk para consertar os estragos, numa região junto dos Urais onde as temperaturas no Inverno descem até aos 20 graus negativos e a protecção das casas é vital.
Na sexta-feira ao amanhecer, a Rússia sentiu na pele o que deixou o resto do mundo de boca aberta: os meteoros caem e podem ter consequências dramáticas. Por volta das 7h20 daquela manhã (3h20 em Lisboa), na cidade de Cheliabinsk, com mais de um milhão de habitantes, a 1800 quilómetros a leste de Moscovo, um meteoro passou pelo céu a velocidades sónicas, afectando 300 edifícios e fazendo estragos de 25 milhões de euros. Ao todo, 1200 pessoas ficaram feridas, não houve mortos, e a grande maioria dos feridos não são graves.

A NASA, a agência espacial norte-americana, actualizou entretanto os números sobre o meteoro. Com a ajuda das observações feitas por mais cinco estações de infra-sons que seguiram a chegada da rocha, a agência espacial norte-americana calcula que o seu tamanho à entrada da atmosfera era de 17 metros de diâmetro e não de 15. O cálculo da massa do meteoro também subiu de 7000 para 10.000 toneladas.

Na mais inacreditável das coincidências, sexta-feira foi também o dia em que passou muito perto da Terra um asteróide com 45 metros de diâmetro. O 2012 DA14 ficou apenas a 27.600 quilómetros de distância da Terra, a menos de um décimo da Lua. Se, por acaso, tivesse colidido com a Terra, os danos provocados poderiam ser terríveis. A conjugação destes dois fenómenos pôs autoridades políticas, agências espaciais e cientistas a discutir sobre a urgência de um sistema eficaz que avise, com antecedência, da chegada de asteróides que representem perigo.

A ocorrência de sexta-feira "é uma forte lembrança da razão por que necessitamos de um esforço continuado em rastrear e identificar os objectos que existem na proximidade da Terra”, disse Thomas Reiter, o director do programa de missões espaciais tripuladas da Agência Espacial Europeia. “O nosso programa Space Situational Awareness [programa para o estado de alerta dos perigos espaciais] está a desenvolver um sistema de telescópios ópticos automáticos que podem detectar asteróides e outros objectos em órbitas solares”.

Segundo o comunicado da ESA, a agência espacial europeia, o objectivo é conseguir encontrar os objectos com mais de 40 metros de diâmetro que se aproximem da Terra com pelo menos três semanas de antecedência.


Fonte: Publico

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