Num futuro próximo o ser humano poderá não envelhecer. Esta é uma das principais teorias defendidas por Aubrey de Grey, investigador britânico que esteve em Portugal para explicar como é possível combater o envelhecimento com tratamentos médicos.
O polémico cientista participou nesta sexta-feira no Simpósio anual do Programa Graduado em Áreas da Biologia Básica e Aplicada na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Através de técnicas de “medicina regenerativa” será possível evitar a degradação das células, causadora das principais doenças que surgem com a idade avançada, por exemplo “Alzheimer, Parkinson e problemas cardiovasculares”, explicou o autor do livro “Ending Aging”.
Aubrey de Grey exemplificou: um adulto de 30 anos que seja tratado pode ganhar o dobro de vida saudável. “Os seres humanos vão ser jovens adultos por mais tempo não cronologicamente mas biologicamente”, afirmou o cientista.
Viver até aos mil anos
"O primeiro ser humano a viver mil anos pode já ter nascido" Aubrey de Grey
Para o director da
O ponto fulcral do método desenvolvido pelo cientista britânico é o “tratamento das células”, através da substituição e regeneração das mesmas com enzimas, moléculas e também células estaminais. “É quase uma conclusão inevitável que vamos conseguir manter as pessoas saudáveis durante mais tempo”, declarou o biólogo.
Aubrey de Grey prevê que o ser humano ficará durante muito tempo com a aparência de um “jovem adulto” apesar da idade cronológica avançada. Ainda assim, o cientista não garante a vida eterna: “as pessoas vão continuar a morrer de causas não relacionadas com o envelhecimento, como acidentes ou infecções”.
A sociedade está preparada?
Na sua argumentação, o investigador lembra que o envelhecimento é uma das principais causas de morte do mundo moderno. “Ser velho hoje em dia é muito caro e os estados gastam muito dinheiro a cuidar das pessoas mais velhas”, referiu Aubrey de Grey.
Mas será que a sociedade está preparada para lidar com uma população que pode viver centenas de anos? Para o cientista, “a sociedade nunca está preparada para revoluções”. “Não estávamos preparados para a Revolução Industrial, mas depois dela ninguém quis voltar atrás”, concluiu.
Fonte: SAPO
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