sábado, 31 de março de 2012

O carro da Google que não precisa de condutor foi conduzido por um cego


O primeiro passageiro oficial de um carro que não precisa de condutor é legalmente cego. Steve Mahan, um norte-americano que perdeu 95 por cento da visão, foi convidado pela Google a sentar-se ao volante do automóvel que a empresa começou a desenvolver em 2010.



Quando pensamos em carros que não precisam de pessoas para serem conduzidos, muitos de nós lembramo-nos de todo o tipo de trocadilhos com a série dos anos 80 “Knight Rider”, mas um vídeo divulgado esta semana pela Google vem colocar tudo na sua devida perspectiva: Steve Mahan, um norte-americano que perdeu 95 por cento da visão, saiu de casa, em Sillicon Valley, na Califórnia, sentou-se no banco do condutor de um Toyota Prius coberto de sensores e câmaras e foi encomendar comida mexicana a um restaurante na zona, antes de passar pela lavandaria para recolher a roupa.

"Auto driving." A voz feminina que recebeu Steve Mahan no carro experimental da Google marcou o início da primeira viagem de um passageiro que não está envolvido no projecto da empresa para a construção e comercialização de automóveis que se conduzem a eles próprios.

Estes carros usados nos testes da Google – que começaram em 2010 – têm um sensor no tejadilho, capaz de captar imagens em todas as direcções e construir um mapa tridimensional da área, que inclui a posição de outros veículos. À frente e atrás há sensores de proximidade (como os que alguns carros têm para ajudar nas manobras de estacionamento). No interior, está instalado um sistema de GPS, que inclui os limites de velocidade de cada estrada e toda a informação geográfica que a empresa recolhe através de serviços como o Street View. Há ainda uma câmara, perto do espelho retrovisor, que detecta semáforos e elementos em movimento, como bicicletas e peões.

Este tipo de tecnologia também tem sido desenvolvido por fabricantes automóveis e em ambiente académico, mas está ainda a vários anos de chegar ao mercado. Mesmo os investigadores mais optimistas acham que serão necessários, pelo menos, mais oito anos de trabalho.

Steve Mahan, o primeiro passageiro oficial – que a Google ambiciosamente apresenta no vídeo como o passageiro número 000000001 –, não dispensa o sentido de humor para descrever o que se sente ao volante de um carro que não precisa de ser conduzido: “Olha, mãe, sem mãos!”

Mais a sério, Mahan explica o que esta tecnologia poderia mudar na vida de uma pessoa que, tal como ele, depende de outras para estar onde lhe apetece: “Isto mudaria a minha vida porque me daria a independência e a flexibilidade para ir aos sítios que quero visitar e aos sítios que preciso de visitar”.


Para quem já se interrogou sobre a legalidade da experiência da Google com Steve Mahan, aqui fica a explicação: o detective Troy Hoefling, da polícia de Morgan Hill – responsável pelo policiamento em Sillicon Valley –, disse à edição online da revista norte-americana PC Magazine que existe um vazio legal no estado da Califórnia. “Comparamos esta situação a um adolescente de 15 anos a ter aulas de condução. Sem carta e a aprender a conduzir com uma pessoa com carta ao seu lado, que pode assumir o controlo do veículo numa situação de emergência”.

Em Dezembro do ano passado, a Google garantiu um lugar no banco da frente desta revolução nos automóveis: a empresa norte-americana viu ser-lhe atribuída a patente de uma tecnologia que permite levar um carro de um ponto a outro sem a intervenção do condutor.


A patente descreve a criação de uma zona com marcadores especiais, onde o condutor pode parar o seu veículo. Uma vez estacionado, o automóvel identifica automaticamente outro marcador, desenhado no chão, que determina a posição exacta e transmite a informação necessária para que o carro possa então seguir viagem até outra zona com os mesmos marcadores especiais, a quilómetros de distância, mas já sem a intervenção do condutor. Para além da condução sem intervenção humana, estas zonas com marcadores especiais podem transmitir, por exemplo, dados sobre a área circundante, mapas ou informações de trânsito.Esta patente atribuída à Google é uma peça de um projecto mais ambicioso, revelado em Outubro de 2010, quando a empresa anunciou que estava a trabalhar num carro que não precisa de condutor. O engenheiro responsável pelo projecto, Sebastian Thrun, disse então que o objectivo é "ajudar a prevenir acidentes, poupar tempo às pessoas e reduzir as emissões de carbono".




Fonte: PUBLICO

Os segredos do arquivo do Vaticano estão a ser revelados a todos

Exposição mostra uma centena de documentos que fizeram a história da Europa e do mundo e que pela primeira vez saem do arquivo dos papas, que acaba de fazer 400 anos. Galileu está lá.


O mais impressionante será, talvez, o rolo com o processo dos Templários. Sessenta metros de pergaminho que incluem 231 confissões de outros tantos cavaleiros do Templo, redigidos entre 17 e 20 de Agosto de 1308, perante os três cardeais enviados pelo Papa Clemente V ao castelo de Chinon, em França. Nos depoimentos pode ler-se o confronto entre o medo dos cavaleiros templários em se contradizerem e o frustrado desejo de defender a sua ordem. A contradição significava a morte.

O mais comovente será, talvez, a assinatura de Galileu Galilei. O volume de pergaminho mostra a página em que o cientista aceita a sentença que contra ele pronunciara o cardeal Roberto Bellarmino, presidente do Tribunal do Santo Ofício. Narra a história que Galileu tomou uma vela na sua mão esquerda enquanto colocava a direita sobre a Bíblia, ajoelhando-se e abjurando as suas afirmações científicas. Foi em 22 de Junho de 1633, no convento de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma.

Colocado numa espécie de passadeira rolante, o rolo com o processo dos Templários é um dos 100 documentos da História da Europa e do mundo que se podem ver na exposição Lux in arcana - L"Archivio Segreto Vaticano si rivela (Luz sobre os enigmas - o Arquivo Secreto Vaticano revela-se). Uma exposição inédita, aberta pela sentença de Galileu, patente nos Museus Capitolinos, de Roma (Itália), até 9 de Setembro. É um acontecimento histórico porque, pela primeira vez, estes documentos saíram do arquivo papal e podem ser agora contemplados por todos. 

Mostra-se aqui apenas uma milionésima parte do Arquivo Secreto, criado formalmente há 400 anos pelo Papa Paulo V e que reúne documentação dos séculos VIII ao XX. Secreto vem do latim secretum e quer dizer privado. Ao longo dos séculos, os papas foram guardando documentos e correspondência relativos ao exercício do seu ministério. 

Hoje há mais de 650 fundos de arquivos diferentes, arrumados em 85 quilómetros de estantes, a maior parte delas colocadas em instalações de acesso reservado, no subsolo do Cortile della Pigna, onde todos os dias passam milhares de visitantes dos Museus do Vaticano. São milhões de documentos, dos quais 30 mil pergaminhos, que desde 1881 estão disponíveis à consulta de investigadores, sem distinção de nacionalidade ou religião. 

O último núcleo da exposição, o do "período fechado", mostra mesmo documentos duplamente inéditos, já que se referem ao pontificado de Pio XII. Os arquivos do Papa Pacelli estão ainda a ser tratados e deverão ser abertos dentro de dois anos. Bento XVI tem vontade de apressar essa abertura, já que o comportamento de Pio XII durante a Segunda Guerra Mundial tem sido objecto de debate e polémica. Os documentos expostos referem-se a episódios e memórias fotográficas de vítimas do conflito.

Na exposição, podem ver-se também 85 selos de deputados a favor dos amores de Henrique VIII (1530). Ou uma carta de Lucrécia Bórgia ao seu pai, o Papa Alexandre VI, avisando-o contra a chegada do exército francês a Roma, em 10 de Junho de 1494. Ou ainda a caligrafia delicada de um califa, também a 10 de Junho, mas de 1250 (648 no calendário muçulmano), e uma carta da última imperatriz da dinastia Ming, escrita num pedaço de seda em 1650, no "11.º dia da 10.ª lua do quarto ano do reino do imperador Yongli". E pode ver-se também o mais antigo documento em língua mongol (1279) ou uma bula do Papa Clemente VIII em língua quechua (1603).

Poetas e rainhas

A exposição organiza-se em dez núcleos: no primeiro, Os guardiães da memória, mostram-se documentos fundamentais ou curiosidades da história da Igreja Católica ou da humanidade. Cabem aqui o processo de Galileu, mas também o cancioneiro do poeta persa Muhtašam-i Kašani (1582), a aprovação da regra de São Francisco de Assis (1223) ou a entrega de uma condecoração honorífica a Mozart (1770). 


Nas secções Tiara e coroa e Sinais de poder, expõem-se documentação relativa aos conflitos ou aproximações entre o poder dos papas e dos reis ou imperadores, como a Concordata entre a Santa Sé e Napoleão (responsável por ter levado o Arquivo do Vaticano para Paris, entre 1810 e 1815, o que fez com que se perdessem documentos preciosos) ou o nascimento do Estado do Vaticano (1929). O ouro e a tinta e Nos segredos dos conclaves revelam episódios de eleições ou deposições de papas (como a de Urbano VI, em 1378, dando origem ao Cisma do Ocidente, ou do único Papa que renunciou ao cargo, Celestino V, em 1294). A reflexão e o diálogo inclui uma carta do Papa Clemente XII ao vice do Dalai Lama, em 1732, bem como a convocatória de João XXIII para o Concílio Vaticano II, em 1961, que se traduziu na actualização da Igreja Católica. E sobram ainda retratos de pessoas: heréticos, cruzados e cavaleiros, santas, rainhas e cortesãs, e cientistas, filósofos e inventores. Aqui se incluem apelos desesperados como o de Maria Antonieta de França ou de Nicolau Copérnico, as condenações de Giordano Bruno ou Martinho Lutero, o horror do Papa Inocêncio III com os relatos das cruzadas e uma carta do anticlerical Voltaire ao "pai do mundo", o Papa Bento XIV. 

A mostra Lux in Arcana inclui ainda, no final, alguns fragmentos de documentos, através dos quais se pode perceber o que acontece quando os insectos, a humidade ou a luz, entre outros factores, destroem preciosidades de arquivos. 

Uma vertente multimédia está disponível no site oficial da exposição (www.luxinarcana.org), onde se podem ver alguns dos documentos mais significativos. Também é possível descarregar gratuitamente uma aplicação para Android e iOS que permite fazer uma visita guiada. 

Na carta Humanae Salutis, com que convocou todos os bispos católicos para o Concílio Vaticano II, em 1961, o Papa João XXIII escrevia: "Se o mundo aparece profundamente mudado, também a comunidade cristã está em grande parte transformada e renovada: isto é, socialmente fortalecida na unidade, intelectualmente revigorada, interiormente purificada, pronta, desta forma, a enfrentar todos os combates da fé." Muitas transformações e muitos combates se contam nestes documentos.

Tordesilhas e a Passarola de Gusmão

Há dois documentos relacionados com Portugal expostos na Lux in Arcana: a bula Inter Cetera (1493), do Papa Alexandre VI, o valenciano Rodrigo de Borja, que estabelece a partilha do mundo entre Portugal e Espanha, inicialmente consagrada no tratado de Alcáçovas (1479) e em 1494 corrigida pelo tratado de Tordesilhas; e o desenho da Passarola do padre Bartolomeu de Gusmão. 

Na bula, Alexandre VI estabelecia que os territórios a oeste de um meridiano imaginário, a 100 léguas dos arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde, passariam a estar submetidos aos reis de Castela. Um ano depois, em Tordesilhas, o novo acordo passaria a zona de influência portuguesa até às 370 milhas para oeste dos Açores - o que incluía já uma parte importante do que é hoje o Brasil. Este facto faz com que vários historiadores pensem que D. João II teria já informações sobre a existência do território do Brasil. 

O segundo documento é o desenho da "Passarola de Gusmão" (na foto), incluído num dos manuscritos do Fundo Bolognetti. Nascido em Santos (São Paulo, Brasil, então ainda colónia portuguesa), em 1685, o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão esteve em Portugal por diversas vezes, tendo sido perseguido pela Inquisição. Em 1709, conseguiu do rei D. João V a autorização de construir um aeróstato e, em Outubro desse ano, mostrou mesmo a sua invenção ao rei e à rainha, Mariana d"Áustria, bem como ao núncio apostólico, o cardeal Michelangelo Conti, futuro Papa Inocêncio XIII. 


Esta primeira experiência da "máquina para viajar de barco no ar", recorda o catálogo, pode ter sido apenas um balão de ar quente. O desenho de Gusmão deve ser apenas uma forma de chamar a atenção para as suas experiências.




Fonte: PUBLICO

quarta-feira, 28 de março de 2012

Há muitos planetas semelhantes ao nosso e maiores do que o nosso na nossa Galáxia


As super-Terras, planetas um pouco maiores do que o nosso, são muito vulgares na Via Láctea. É a principal conclusão de uma equipa internacional, que inclui os astrofísicos portugueses Nuno Santos e Vasco Neves, além da dupla que descobriu o primeiro planeta de sempre noutro sistema solar, em 1995.

Ao longo de seis anos, a equipa observou anãs vermelhas, as estrelas mais frequentes da nossa galáxia, mais pequenas do que o Sol e boas candidatas para se encontrar planetas. Os resultados, publicados nesta quarta-feira na revista Astronomy & Astrophysics, mostram que 41% destes astros têm super-Terras na zona habitável – a região de um sistema estelar onde é mais provável haver vida.

As observações foram feitas no espectrógrafo Harps, instalado num telescópio que o Observatório Europeu do Sul (ESO) tem em La Silla, no deserto do Chile. Entre Fevereiro de 2003 e Março de 2009, o Harps observou 102 anãs vermelhas e ofereceu uma nova paisagem galáctica aos cientistas.

“Um dos resultados que mais chama atenção é que a frequência de super-Terras à volta das anãs vermelhas é muito elevada”, diz ao PÚBLICO Nuno Santos, do Centro de Astronomia da Universidade do Porto (CAUP), que faz parte da equipa, que inclui Didier Queloz e Michel Mayor, os primeiros caçadores a encontrar planetas extra-solares.

Nove planetas descobertos

Existem cerca 160.000 milhões de anãs vermelhas na Via Láctea, uma centena delas está a menos de 30 anos-luz de distância do Sol. “Quando as estrelas se formam a partir do colapso de uma grande nuvem de poeira, vão produzir-se mais estrelas pequenas do que grandes. Haverá mais anãs vermelhas do que estrelas como o Sol e ainda com mais massa”, explica Nuno Santos.

No espectro luminoso das estrelas, as anãs vermelhas são as que geram menos luz e calor. São mais pequenas do que o Sol e a influência gravítica de planetas hipotéticos que as orbitem será maior. Por isso são um alvo óptimo para a medição do Harps.

O espectrógrafo permite medir a velocidade radial das estrelas e inferir se existem planetas em órbita. Num sistema estelar de apenas um planeta e uma estrela, os dois astros influenciam o movimento um do outro. Apesar de o planeta sofrer um efeito gravítico muito maior, a estrela também é atraída pelo planeta, o que a faz ter um movimento mais circunspecto mas ainda assim mensurável. “Ao medirmos a velocidade da estrela com grande precisão podemos descobrir movimentações periódicas”, explica o astrofísico. É assim que os planetas são denunciados.

O aparelho detectou nove super-Terras, incluindo duas que na zona habitável do seu sistema estelar. Em teoria, nesta zona é possível haver água em estado líquido à superfície de um planeta, o primeiro requisito para a existência de vida como a conhecemos na Terra.

Este resultado provisório das duas super-Terras parece estar longe dos 41% de estrelas anunciados pela equipa. Mas os cientistas sabem que só uma percentagem muito pequena das estrelas está nas condições apropriadas para o Harps encontrar planetas, por isso “o número de descobertas foi corrigido”. Já em relação a planetas gigantes, monstros gasosos como Júpiter, apenas existem em 12% das anãs vermelhas.

Consideram-se super-Terras os planetas que tenham uma massa entre duas a dez vezes a da Terra. A frequência de planetas em ambiente habitável, apesar de estar dentro do esperado pelos modelos teóricos, é um bom prenúncio para a vida. “Não há razão para que à partida não possa haver um planeta com vida em torno de uma anã vermelha”, considera Nuno Santos.

Um dos planetas que causa mais expectativas é o Gliese 667Cc, descoberto pelo Harps e cuja existência foi divulgada em Fevereiro. “Tem uma massa cerca de quatro vezes maior do que a Terra e está realmente no meio da zona habitável. Terá água líquida se tiver a composição química certa. Tem à partida muitas condições para ser habitável”, refere o cientista.

A vida difícil à volta das anãs vermelhas

Mas há muitas questões por responder. As anãs vermelhas são estrelas com menos energia, por isso o calor delas chega menos longe, logo as zonas habitáveis são mais próximas do que por exemplo no nosso sistema solar. “A zona habitável de uma anã vermelha pode estar mais perto da estrela do que Mercúrio está do Sol.”Esta proximidade faz com que corram outros riscos. Por estarem tão perto das suas anãs, os planetas podem não ter um movimento de rotação como o da Terra, e serem como a Lua que apresenta sempre a mesma face em relação a nós. Nesse caso, esses planetas estarão sempre a receber luz de um lado e ficarão eternamente às escuras do outro, o que pode dificultar a presença de vida.

“[Além disso], as anãs vermelhas são conhecidas por sofrerem erupções estelares, que banham os planetas de raios X ou radiação ultravioleta, o que diminui as probabilidades de haver vida”, diz Stéphane Udry, outro dos autores do artigo, em comunicado.

A própria composição dos planetas influencia a possibilidade da existência de vida. A Terra é um planeta rochoso, feito de silicatos com um núcleo metálico. Conhece-se a relação entre a composição do Sol e de estrelas semelhantes, e o tipo de planetas que esta classe produz. No caso das anãs vermelhas, esta relação ainda é uma incógnita, apesar das observações do Harps poderem trazer respostas. “Em estrelas como Sol, quanto mais elementos pesados têm, que não são hidrogénio ou hélio, maior é a probabilidade de se encontrar um planeta gigante. Estamos a perceber se esta relação existe nas anãs vermelhas”, diz Nuno Santos.

A equipa do astrofísico está à espera de 2016 para continuar a busca por planetas do tamanho da Terra. Nesse ano, se tudo correr bem, o espectrógrafo Espresso será instalado no Chile, no maior telescópio óptico do mundo, do ESO. “Como estamos a participar na construção desse instrumento, temos direito a utilizar o Espresso 215 noites”, revela Nuno Santos.

Fonte: Publico

quarta-feira, 21 de março de 2012

Holandês voa como pássaro (COM VÍDEO)

Um engenheiro holandês realizou com sucesso uma tentativa de voar como um pássaro. Segundo um vídeo publicado no YouTube no passado dia 19 de Março, o homem conseguiu deslocar-se 91,4 metros num parque na cidade holandesa de Haia.


Apesar de muitos duvidarem da veracidade das imagens, Jarno Smeets diz ter realizado um sonho, alegando que foi o primeiro ser humano que conseguiu voar como um pássaro.

Através da utilização de umas ‘asas gigantes', o engenheiro levantou os pés da terra, aventurando-se numa viagem que, apesar de curta, foi única e inesquecível para o holandês.




Fonte: CM

Professor da Universidade de Coimbra identifica a partícula mais leve de sempre


Primeira pergunta que nos vem à cabeça: para que serve a partícula subatómica mais leve de sempre? A desanimadora resposta é que ainda não se sabe. Mas sublinhe-se o “ainda”.

O investigador holandês Eef van Beveren, físico teórico da Universidade de Coimbra, que reclama ter identificado o novo bosão, avisa que “as implicações desta descoberta são de longo alcance, não apenas para física hadrónica (física das partículas que estuda as interacções fortes), mas também para física das altas energias e cosmologia.

A partícula até poderá ser utilizada como uma fonte de energia nuclear mais limpa, dado que se desintegra totalmente sem deixar resíduos”. Porém, o futuro promissor deste avanço no complexo mundo da física ainda estará longe, porque, admite o investigador, “para já, além da sua existência, não sabemos quase nada sobre esta partícula”.

“Ninguém estava à espera de uma descoberta destas”, repete Eef van Beveren sem esconder o entusiasmo. Eef van Beveren descreve esta nova partícula E(38) como uma “bolha de sabão”, acrescentando que é 25 vezes mais leve do que um protão e três vezes mais leve que um pião (a mais leve partícula que participa nas interacções nucleares).

O físico reconhece que é necessário ainda realizar estudos para avaliar as suas propriedades e o seu armazenamento, mas não hesita em anunciar o potencial do novo bosão. Para se imaginar a capacidade desta partícula, o físico calcula que “um miligrama desta matéria dará para um megawatt durante um ano”.

“A descoberta da E(38) constitui uma surpresa completa para a comunidade científica, porque se trata de uma partícula muito especial e mais leve do que quaisquer outras partículas com (anti)quarks. Descobertas destas só há uma vez por século!”, afirma o físico, que compara este feito ao momento em que o mundo da física percebeu que o átomo era composto por núcleo e electrões.

Já há vários anos que o físico teórico teimosamente insiste em explorar o modelo (matemático) que concebeu com o cientista George Rupp, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, e que foi apresentado pela primeira vez no início da década de 80. Há mais de 20 anos que suspeitava da existência desta nova partícula subatómica ou, como faz questão de corrigir em conversa com o PÚBLICO, “talvez seja mais correcto chamar-lhe subnuclear”.

Desta vez, analisou os resultados obtidos com as experiências nos aceleradores de partículas em Bona (Alemanha) e no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN, na Suíça), entre outras instituições. O modelo de Van Beveren e Rupp permite descrever pormenorizadamente uma classe de partículas elementares, os mesões [partículas compostas por um quark e um antiquark].

Assim, segundo explica o comunicado da UC divulgado ontem, o físico “‘varreu’ todos os eventos registados nas experiências, mesmo os considerados irrelevantes, e num determinado espaço, um ínfimo espaço, registou uma quantidade de 46 mil eventos com 13 sigma de significância (o que é considerado mais que suficiente para a existência de uma partícula), ou seja, a evidência clara de um novo bosão”. Para reivindicar uma descoberta é preciso encontrar, pelo menos, 5 sigma de significância (um indicador de relevância estatística). “O que temos é um sinal muito claro, um pico enorme (ver imagem). Já há muito tempo que pensava nisto, fui o único a procurar e certo dia encontrei. Aqui está!”, conclui.

Para Brigitte Hiller, outra física da Universidade de Coimbra citada no comunicado, “a evidência da existência desta nova partícula de extrema leveza, a confirmar-se, terá implicações extraordinariamente importantes para a física, porque, na comunidade dos físicos das partículas, ninguém esperava que existisse uma partícula numa zona de energia tão baixa”.


Fonte: Publico.pt

segunda-feira, 19 de março de 2012

A Primavera começa mais cedo este ano


A Primavera começa este ano no dia 20 de Março pelas 5h14. Mas não é certo e sabido que a Primavera começa sempre no dia 21? Então o que é que aconteceu para que esta estação se tenha antecipado algumas horas este ano?


Estará a Terra a acelerar na sua viagem de translação à volta do Sol? Nada disso. Mas, para podermos perceber o fenómeno, precisamos de caracterizar o que é que determina o início da Primavera.

Em termos astronómicos, o início desta estação é definido pelo momento em que ocorre o equinócio boreal no hemisfério norte, ou o equinócio austral no hemisfério sul. A palavra equinócio provem das palavras latinas aequus (igual) enox (noite), ou seja, significa noites iguais. Isto acontece quando a orbita aparente do Sol (isto é, o movimento aparente do Sol para um observador na Terra) cruza o plano que resulta da projeção do equador terrestre no horizonte celeste. Por outras palavras, refere-se aos momentos em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja 12 horas.

Ao longo de um ano terrestre, isto verifica-se duas vezes em cada hemisfério: no início da Primavera e no início do Outono. Note-se que estas estações ocorrem inversamente em cada hemisfério: o inicio da Primavera no hemisfério norte coincide com o início do Outono no hemisfério sul e vice-versa.

Para um mesmo hemisfério, no nosso caso o norte, os dois equinócios ocorre exactamente em lados opostos da órbita da Terra à volta do Sol. Contudo, as datas em que acontecem não dividem o ano em partes iguais! Não é difícil calcular, a partir das datas médias verificadas para os equinócios e da duração média do ano (média porque temos de ter em conta os anos bissextos), que o equinócio da Primavera ocorre 179,25 dias depois do equinócio de Outono, e que este último se encontra 186 dias após a Primavera que o precede.

Isto explica-se pelo facto de a órbita da Terra à volta do Sol ser elíptica e não circular, como sabemos desde 1609 graças a Kepler (1571 – 1630), e pelo facto de a Terra se encontrar mais próxima do Sol (o periélio) nos primeiros dias de Janeiro.

Ora acontece que esta maior proximidade ao Sol, faz com que a velocidade da Terra nesta altura do ano seja a maior de toda a sua órbita e, tal como é predito pela 2ª lei de Kepler, ela se mova mais rapidamente em direção ao equinócio da Primavera do que quando se aproxima do equinócio de Outono, depois de passar pelo ponto em que o nosso planeta se encontra mais distante do Sol (o afélio, a 5 de Julho).

Curiosamente, Ptolomeu (90 – 168) também notou a desigualdade na duração das estações, mas tentou explicar a observação a partir de uma órbita circular do Sol ao redor da Terra, mas não centrada exatamente nesta, ou seja contendo um epiciclo.

Acresce, ao que se disse atrás, que o período entre dois equinócios primaveris é cerca de 6 horas maior do que um ano comum (365 dias). Assim, a Primavera de um dado ano inicia-se 6 horas mais tarde do que a Primavera do ano comum anterior, no calendário gregoriano. Ao fim de 3 anos, verifica-se um adiantamento de cerca de 18 horas.

Contudo, o acerto no calendário introduzido pelo ano bissexto, produz um atraso aparente de 6 horas. Ao longo de um mesmo século, o equinócio tende a ocorrer mais cedo até que ocorram acertos no calendário por sequência de 7 anos comuns.

De facto, neste século só houve dois anos em que a Primavera ocorreu a 21 (2003 e 2007) e prevê-se que se inicie no dia 19 de Março em 2040.


Autor: António Piedade

Bioquímico

Coordenador do projeto Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

Fonte: Sulinformacao.pt

sexta-feira, 9 de março de 2012

Cão toca piano e canta

Já é um fenómeno no Youtube: cão que toca piano e canta.

A cadela chama-se Petu, é uma beagle cross, e a cena passa-se na Finlândia. O animal até projeta a voz balançando a cabeça para trás.

Um viral do Youtube a caminho do sucesso já teve mais de 400 mil visualizações.






segunda-feira, 5 de março de 2012

Asteróide pode ameaçar a Terra em 2040


Os cientistas estão a vigiar um asteróide que pode vir a ser uma ameaça para a Terra daqui a três décadas. A rocha espacial, de seu nome 2011 GA5, mede 140 metros de diâmetro e é possível que se aproxime demasiado do nosso planeta em 2040. Apesar de só se ter a certeza dos perigos reais daqui a uns anos, os investigadores estão, com tempo, a pensar em formas de desviar o asteróide.


O assunto foi debatido na sessão 49 do Subcomité de Assuntos Científicos e Técnicos da Comissão das Nações Unidos sobre a Utilização Pacífica do Espaço Exterior (COPUOS), que decorreu no início do mês em Viena de Áustria.

O objecto foi descoberto em Janeiro de 2011 por observadores do Mount Lemmon Survey, em Tucson, Arizona (EUA). Apesar de conhecerem o seu tamanho, os cientistas não sabem ainda qual a sua massa nem composição. “Só observámos aproximadamente metade de uma das suas órbitas, pelo que a confiança nestes cálculos não é ainda muito elevada”, explica Detlef Koschny, da Agência Espacial Europeia ao siteSpace.com.

O cientista diz que não é ainda possível dizer que o asteróide é uma ameaça real, já que para isso será necessário observar pelo menos uma ou duas órbitas completas. Sugere, no entanto, que se fique de olho nele.

Segundo Donald Yeomans, director do programa de Observações de Objectos Próximos da Terra, (Laboratório de Propulsão a Jacto, Califórnia), com os dados que existem agora, a probabilidade de impacto é de 1 em 625, no dia 5 de Fevereiro de 2040.

Esta probabilidade de impacto não é fixa, visto que os números podem mudar após novas observações. O objecto será observável da Terra entre 2013 e 2016.

No cenário pouco provável das possibilidades de impacto não diminuírem significativamente depois desse período, haverá ainda tempo suficiente para enviar uma missão que altere o curso do asteróide através de efeitos gravitacionais.

Fonte: CH

Irão cria rede alternativa à Internet


O Irão sempre vai avançar com a criação de uma rede nacional paralela à Internet. A intenção foi confirmada pelo ministro iraniano das Comunicações, Reza Taghipu,que garante que tanto um como outro serviço estarão acessíveis.



Citado pela agência noticiosa ISNA, o responsável governamental justifica a decisão afirmando que a Internet "é, na sua essência, uma rede insegura", e que a troca de dados electrónicos pelo executivo será mais segura com o lançamento de uma rede nacional e a utilização de software desenvolvido localmente.

"A Internet poderá ser usada internamente no geral e para receber dados que não se encontrem disponíveis na rede nacional".

A intenção de o Irão estabelecer uma rede de comunicações paralela à Internet "por motivos de segurança" não é de agora. Ao mesmo tempo, é conhecida da comunidade internacional a censura que as autoridades daquele país impõem aos conteúdos disponibilizados via Internet, com várias páginas web de acesso bloqueado.

Nas declarações que presta à ISNA, Reza Taghipu não menciona em que estado de desenvolvimento está a rede interna, mas pede ajuda ao setor privado iraniano com os cidasdãos, já que o serviço não funcionará como a Internet inicialmente.

Fonte: SAPO Tek

Cientistas ensinaram animais a pedir açúcar usando só a força da mente


Em apenas dez dias, os ratos e ratinhos usados na experiência conduzida por neurocientistas - da Fundação Champalimaud (Portugal) e da Universidade de Berkeley (Califórnia, EUA) - aprenderam a "pedir" açúcar sem mover um músculo do corpo. Para isso, recorreram apenas a impulsos eléctricos do cérebro que tinham como feedback um determinado som.

Os resultados da experiência, publicados na revista Nature, revelam um cérebro mais flexível do que se pensava e podem ser um importante contributo para o desenvolvimento de próteses movidas com "a força da mente" para pessoas com lesões na medula, amputações ou outras limitações na mobilidade.

O trabalho em laboratório permitiu demonstrar não só que o cérebro é capaz de aprender rapidamente regras arbitrárias, mas também que a plasticidade [a capacidade de adaptação do cérebro] presente neste processo intencional é idêntica à que encontramos quando resolvemos uma tarefa física como andar de bicicleta.

Até agora, a chamada interface cérebro-máquina (IMC) procurou provocar um movimento numa prótese imitando os circuitos eléctricos que são normalmente usados no gesto que se quer reproduzir, seja ele mover um braço ou uma perna. As experiências realizadas mostraram o sucesso desta tecnologia, mas também revelaram algumas limitações.

Já está provado que é possível "imitar" os impulsos neuronais e conseguir movimento numa prótese. Para isso, a actividade do cérebro é medida através da introdução de eléctrodos (fios da espessura de um cabelo) no cérebro, usando-se um chip que pode estar ligado a um computador ou a uma prótese (um braço, por exemplo) que "decifra" a ordem que está a ser dada.

Esta imitação da actividade neuronal, contudo, tem de ser feita caso a caso (cada um de nós tem impulsos neuronais diferentes para mexer o braço) e, no processo, perde-se alguma eficácia no movimento. Quando usamos uma prótese que tenta imitar o que o cérebro normalmente faz para ordenar esse movimento, a performance de uma tarefa normal cai para 60 ou 70%.

Rui Costa, investigador principal do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, e José Carmena, co-director do centro de engenharia neural e próteses da Universidade de Berkeley, admitem que o que foi conseguido até agora já é muito bom, mas acreditam ter encontrado outro caminho no cérebro para conseguir mover uma prótese com 95% de acuidade. Como? "Mudámos as regras do jogo e, em vez de tentarmos imitar o que se passa normalmente, ensinámos o cérebro a fazer algo como se fosse uma coisa nova, arbitrária".

Na verdade, a experiência (ainda) não se fez com uma pessoa e uma prótese. O que os cientistas para já demonstraram, e que descrevem no artigo publicado ontem online na Nature, foi que os ratos e ratinhos usados na experiência aprenderam rapidamente uma regra arbitrária para obter o que queriam sem se mexerem, só com "a força da mente".

"Usámos ratos e ratinhos que estavam a controlar um computador que produzia um som. Criámos uma regra arbitrária: a actividade destes neurónios significa um som agudo e a destes um som grave. Se conseguissem a actividade cerebral capaz de dar um feedback de um som agudo, tinham como recompensa uma solução com açúcar, e se conseguissem um som grave tinham comida calórica", explica Rui Costa, entusiasmado com os resultados porque "rapidamente os animais aprenderam a regra".

As contas e o ciclismo

"Logo no primeiro dia, os ratos começaram a perceber. Em três, quatro dias, estavam bons na tarefa. E em dez dias, estavam com 100% de performance", nota Rui Costa. "O que foi mais maravilhoso foi ver que o animal começou a aprender a controlar aquele som só com a mente. E, ao fim de dez dias, não só está excelente na tarefa como deixou de se mexer e controla só com a actividade cerebral o computador", conta o cientista.

A experiência permitiu perceber que "as áreas do cérebro [o córtex motor] e o tipo de plasticidade [presente nos gânglios da base, na região do estriado] envolvidas na aprendizagem desta regra abstracta são as mesmas que usamos para a aprendizagem motora, física. Ou seja, usamos os mesmos circuitos e mecanismos no cérebro para andar de bicicleta e para aprender algo abstracto e mental, como fazer contas.


Fonte: Publico

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mulher chinesa volta à vida seis dias após a morte


Uma idosa chinesa deixou uma província chinesa com «os cabelos em pé» depois de seis dias após a sua alegada morte ter acordado e saído do caixão pelo próprio pé.


Li Xiufeng, de 95 anos, foi encontrada imóvel e sem respiração em cima de sua cama por uma vizinha. A comunidade local achou então que a idosa estava morta. A mulher que a encontrou disse que verificou que a idosa não respirava, mas que o corpo ainda estava quente.

A mulher tinha tido um acidente duas semanas antes. Caiu e bateu com a cabeça ficando ferida. Na aldeia, juntou-se «dois mais dois» e concluiu-se pela morte da idosa. Segundo a tradição local, o defunto é velado por alguns dias antes de ser enterrado.

Ao sexto dia, um vizinho chegou ao local do velório e encontrou o caixão vazio. A mulher ia a enterrar poucas horas depois.

Depois de procurar pelo corpo, os vizinhos encontraram Li Xiufeng sentada num banco na cozinha da suacasa, cozinhando normalmente. A mulher terá então dito que aos moradores que dormiu por muito tempo e que estava com muita fome. «Eu empurrei a tampa do caixão por muito tempo para conseguir sair» disse.

Um hospital local acredita que a idosa sofreu uma morte artificial, período em que a pessoa não respira mas o corpo permanece funcionando.

Fonte: TVI24