Um memorando de gosto duvidoso elaborado a propósito da visita de Bento XVI a Inglaterra em Setembro está a abanar as relações entre o reino e o Vaticano. Mesmo que o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico e o porta-voz do Vaticano já o tenham desmentido. «Para nós o caso está encerrado», disse Federico Lombardi em nome da Igreja, citado pela BBC.
Em causa está um documento elaborado por um membro júnior do staff responsável pela preparação da visita, que sugere que o Papa abençoe um casamento gay, patrocine a abertura de uma clínica de abortos ou até promova a criação de uma linha de preservativos «Benedictus», o nome do papa em latim.
O memorando, distribuído internamente, continha um aviso: «Por favor proteger; este documento não deve ser partilhado externamente». O problema foi que o jornal Sunday Telegraph teve acesso ao documento e publicou-o.
Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros já veio publicamente apresentar «profundas desculpas». «Trata-se claramente de um documento pateta que de forma alguma reflecte o ponto de vista do governo britânico. Muitas das ideias presentes no documento estão claramente mal avaliado, naives e desrespeitadores», disse fonte do gabinete, que sublinha que nenhum ministro ou oficial teve acesso prévio ao memorando.
Do lado da Igreja, o bispo de Chester, Peter Forster, acha que este incidente é sintomático das relações entre religião e o estado secular. «Penso que a cristandade já faz parte de tal forma da mobília da nossa sociedade que por vezes a negligenciamos ou a tomamos por garantida», disse Forster à BBC Radio 4, acrescentando que «existe uma familiaridade em alguns círculos da sociedade em relação à herança cristã, o que leva a eventos de maus gosto como este memorando».
O autor do memorando, que também previa um pedido de desculpas de Bento XVI por causa da Armada Invencível ou um dueto de caridade entre o papa e a rainha, já foi, obviamente, transferido para outras funções.
A visita de Bento XVI a Inglaterra, a primeira desde que João Paulo II aí se deslocou em 1982, surge numa altura em que a Igreja se vê envolta em várias
Fonte: IOL
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