Gabby Williams é uma garotinha de nove anos de idade que pesa pouco mais de 4 kg, apenas alguns quilos a mais do que um bebê recém-nascido. Ela tem o rosto de um bebê, o corpo de uma criança e ainda usa fraldas.
Gabby tem uma condição tão rara que os especialistas ainda nem definiram um nome para ela. A garotinha já foi batizada de Benjamin Button da vida real, porque, assim como no filme estrelado por Brad Pitt, ela não envelhece.
O distúrbio afeta drasticamente seu processo de envelhecimento. Acredita-se que a cada quatro anos, haja um envelhecimento equivalente de apenas um ano. Sendo um mistério para a medicina, especialistas acreditam que a garotinha possa ser a chave para a imortalidade biológica.
Gabby vive nos Estados Unidos com seus pais e seus cinco irmãos. Ela é a segunda mais velha, porém a menor em tamanho.
Quando nasceu, os exames revelaram que ela tinha uma anomalia no cérebro e seu nervo óptico foi danificado, deixando-a cega. Além de problemas cardíacos, ela ainda tem fenda palatina e um reflexo da deglutição anormal, o que levou-a a ser alimentada através de um tubo fixado em seu nariz.
Os médicos disseram aos pais de Gabby, Mary-Margaret e John, que eles podiam esperar o pior.
Testes cromossômicos deram negativo para doenças genéticas conhecidas e os médicos não tinham a menor ideia do que estava por trás dos problemas de Gabby.
Então, a família dela levou-a para casa e passou a tratá-la com o remédio universal do coração: muito amor. Lentamente, Gabby começou a ficar mais forte e seu quadro de infecção passou a se estabilizar, aliviando seus pais.
Porém, ao longo do tempo, percebeu-se que Gabby pouco havia crescido ou se desenvolvido. Eventualmente, os médicos diziam que a taxa de envelhecimento da garotinha era muito mais lenta do que as das outras crianças, mas não havia nenhuma condição genética conhecida ou anomalia que a explicasse.
A doença é muito rara e afeta poucas pessoas no mundo. Os acometidos pela condição apresentam formas diferentes de deficiências cognitivas, tais como surdez ou problemas para caminhar, mas seus cromossomos são normais.
Gabby, além de ter nascido cega, é incapaz de falar. "Ela chora quando está sofrendo e, por vezes, sorri, mas não há muitas formas de comunicação",relata a mãe.
Apesar de ter nove anos de idade, Gabby é tão dependente de seus pais quanto um bebê. Ela é alimentada com leite a cada três horas e precisa ser trocada constantemente. Seus cabelos são mais finos e macios e sua pele é frágil.
Atualmente, ela pesa pouco mais de 4 kg e tem 60 cm de altura. "Não importa o quanto ela se alimenta, ela não ficará maior nunca”, explica Mary-Margaret.
Há alguns anos, a família de Gabby investiu em uma missão para tentar descobrir a causa de sua doença. Desde então, dois novos casos vieram à luz. Um deles é de um homem de 29 anos de idade, residente da Flórida, nos EUA, que tem o corpo de uma criança de 10 anos, e uma mulher do Brasil, que se parece com uma criança, mas na verdade tem 31 anos. Nenhum dos casos é explicável.
Alguns médicos estão estudando Gabby para tentar descobrir uma maneira de encontrar a genética tão peculiar capaz de parar ou retardar o processo de envelhecimento.
No início os pais de Gabby estavam desconfiados, e não queriam que a sua filha fosse usada como cobaia. "Nós somos religiosos e acreditamos que estamos destinados a envelhecer, como parte normal do processo da vida, e destinados a morrer", diz a mãe da garota.
Mas quando eles descobriram que o trabalho poderia ajudar outras pessoas que estão lutando por doenças como a doença de Alzheimer, eles sentiram que valeria a pena.
Os médicos não podem dizer quanto tempo Gabby vai viver, e ninguém sabe quais problemas de saúde ela pode enfrentar, mas sua família continua agradecida. "Desde o seu nascimento, não achava que ela estaria conosco tanto tempo", revela sua mãe. "O fato é que ela está agora com nove anos de idade. Ela ultrapassou todas as expectativas".
Mary-Margaret acredita que Deus tem um plano para a sua filha. "Quando ele estiver pronto para levá-la de volta, vai ser triste. Eu sei que isso vai acontecer, mas eu espero que esse dia não chegue tão rápido", disse.
Gabby pode ser um mistério para o mundo da medicina, mas para a família Williams, ela é apenas motivo de orgulho.
Fonte: jornalciencia.com
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