Enquanto os estudantes clamavam por mais democracia nas ruas, decorria na filial da Sotheby’s de Hong Kong um leilão com preços muito pouco democráticos. A estrela da noite de terça-feira, que rendeu um total de 584 milhões de HK dólares (cerca de 59 milhões de euros), foi um diamante rosa de 8,41 carates.
“É extremamente raro aparecerem diamantes rosa naturais; alguns dizem que é mais do que raro”, pode ler-se no site da leiloeira. “Só 0,1% dos 20 milhões de carates extraídos anualmente é cor-de-rosa, e todo um ano de produção destes tesouros cor-de-rosa com mais de meio carate cabe na palma da mão”.
A competição pelo diamante de Hong Kong foi feroz, com o mineral a superar a estimativa mais alta, que era de cerca de 12 milhões de euros. Apesar de ter aproximadamente o tamanho de uma amêndoa (só o miolo), atingiu um valor de 14 milhões de euros.
A primeira referência a um diamante cor-de-rosa remonta ao século XVII. Conhecido por Diamanta Grande Table (diamante grande mesa), estaria incrustado no trono do Rei Mogol da Índia, Shah Jahan. O aventureiro francês Jean-Baptiste Tavernier, que o viu numa viagem à Índia, avaliou o seu tamanho em mais de 200 carates. Saqueado pelo Xá do Irão, acabaria por perder-se o rasto do mineral após o assassínio do seu proprietário.
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