quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Cientistas fazem experiência telepática bem sucedida

Pela primeira vez, cientistas conseguiram transmitir uma mensagem totalmente de uma pessoa para outra, sem qualquer contacto, que estavam separadas por milhares de quilómetros, na Índia e França.

"É uma espécie de realização tecnológica do sonho da telepatia, mas definitivamente não tem nada de mágico", disse o físico teórico e coautor da investigação, Giulio Ruffini, em declarações telefónicas à AFP a partir de Barcelona.

"Estamos a usar tecnologia para interagir electromagneticamente com o cérebro", especificou.
Para a experiência, uma pessoa com um eletroencefalograma (EEG) ligado à internet, sem fios, pensou numa simples saudação, como "olá" ou "adeus".

Um computador traduziu as palavras num código binário digital, apresentado por séries de uns e zeros.
Depois, a mensagem foi enviada por correio eletrónico da Índia para França e entregue via robot ao destinatário, que pode ver "flashes" de luz na sua visão periférica através de uma estimulação cerebral não-invasiva.

O sujeito recetor da mensagem não viu nem ouviu as palavras em causa, mas foi capaz de descrever os "flashes" de luz que correspondiam à mensagem.

"Quisemos descobrir se se consegue comunicar diretamente entre duas pessoas, lendo a atividade cerebral de uma pessoa e injetando atividade cerebral numa segunda pessoa, e isto através de grandes distâncias físicas, utilizando vias de comunicação existentes", disse o coautor Álvaro Pascual-Leone, professor de Neurologia na Escola de Medicina de Harvard.

"Uma destas vias é, claro, a internet, pelo que a nossa questão passou a ser 'Será que conseguiremos realizar uma experiência que dispense a parte da conversação ou a digitação da internet e estabeleça uma comunicação direta, cérebro a cérebro, entre sujeitos localizados [em países] tão distantes um do outro, como a Índia e a França?'"
Ruffini acrescentou que foram tomados cuidados extraordinários para garantir que nenhuma informação sensorial influenciasse a interpretação da mensagem.

Os investigadores têm tentado enviar uma mensagem de uma pessoa para outra desta forma há cerca de uma década, e a prova do princípio que está descrita na revista PLOS ONE ainda é rudimentar, disse à AFP.

"Esperamos que a longo prazo isto possa transformar radicalmente a forma como comunicamos uns com os outros", concluiu Ruffini.


Fonte: JN

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