O atelier Gensler apresentou um projecto para um novo aeroporto londrino destinado a fazer furor: ficaria a "flutuar" no estuário do rio Tamisa e a estrutura tem mais traços de estação espacial do que do tradicional aeroporto. Ainda virá o dia em que aterraremos no insular London Britannia Airport?
O projecto é tão futurista que pode não passar de castelos no ar (ou mais em rio-mar, no caso), já que não há certezas sobre se haverá um novo aeroporto - seria o sétimo - em Londres. É unânime que a capital britânica precisa de aumentar a capacidade para gerir e receber tráfego aéreo mas a solução poderá até passar por novas ampliações da eterna dor de cabeça que é Heathrow ou mesmo da reformulação de outros aeroportos londrinos. Enquanto um comité não apresenta as suas conclusões - e como o mayorda cidade, Boris Johnson, quer mesmo deixar como legado um mega-aeroporto londrino para o século XXI, vão surgindo os projectos.
Esta semana, foi apresentado pela Gensler - atelier global de arquitectura e design, cuja obra está espalhada por diversos aeroportos e cidades do mundo - o projecto de um aeroporto com pistas flutuantes. Aliás, a segunda proposta do género, após a apresentada, em 2011, pelo atelier de Norman Foster, um dos mais venerados arquitectos mundiais. O projecto do mestre, Thames Hub, foi pensado para as águas da ilha de Grain, no condado de Kent, e agradou de tal modo ao mayor, que os jornais, fazendo jus ao lendário humor britânico, passaram a referir-se ao projecto como "a Ilha de Boris".
Agora, aí está a segunda proposta de uma "ilha de Boris". A Gensler coloca o "seu" aeroporto no estuário do Tamisa e apresenta um design que quase parece antecipar não só o normal tráfego aéreo como um futuro qualquer tráfego espacial. Baptizado de London Britannia Airport, incluiria quatro pistas flutuantes, "presas" ao fundo do mar, e três terminais em terra (um a norte e outro a sul do estuário e um terceiro entre Canary Wharf e o Parque Olímpico). Tudo ligado a Londres através de comboios de alta velocidade. Em caso de necessidade, o projecto antecipa já ampliação até seis pistas.
Para quem olha para o projecto e só vê ficção, o porta-voz da Gensler, o director Ian Mulcahey, afiançou que, "na verdade", "a ideia de pistas flutuantes é algo de muito básico". "Estamos apenas a propô-las numa escala que, talvez, nunca ninguém tenha feito antes", disse ao jornal Daily Mail.
"Como é flutuante, o aeroporto poderia ser posicionado numa localização optimizada, após a análise dos corredores aéreos, das migrações de aves e de todas as restantes questões relacionadas com o estuário", disse Mulcahey.
O responsável garantiu ainda a "absoluta" exequibilidade do projecto. "É tudo tecnologia completamente standard", acrescenta, sublinhando que o aeroporto poderia ser "desenhado, produzido e construído no Reino Unido", com diferentes partes da estrutura a serem fabricadas em estaleiros e siderurgias por todo o país. Depois, o London Britannia, qual navio, "poderia ser posto a flutuar no mar e posicionado no estuário".
Fonte: PUBLICO