sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que acontece online depois de morrer

O homem ainda não descobriu a eterna juventude, mas parece ter descoberto, sem querer, a imortalidade. Na Internet é impossível apagar a nossa história. Quanto mais dependemos das novas tecnologias, mais nos enredamos na teia da rede.


Não é fácil apagar perfis ou fechar contas, principalmente se
as pessoas em questão tiverem falecido sem deixar as suas palavras passe ou códigos de acesso. No entanto, com maior ou menor grau de exigência é possível chegar ao último clique.


Depois de algumas más experiências, o Facebook, o Google ou o Twitter criaram fórmulas que torna possível apagar perfis, dar baixa de emails ou serviços. E não são os únicos. O tvi24.pt deixa-lhe aqui o endereço de um site, ou melhor um blogue,
o Entrustet HIWI Blog que explica todos os passos que um utilizador deve dar para encerrar uma conta.


Mudar de nome


Eric Schmidt, director-executivo da Google, afirmou numa entrevista ao «The Wall Street Journal», em Setembro de 2010, que a única forma de fugir ao passado na Internet será mudar de identidade. O alerta era especialmente dirigido aos jovens que, na sua opinião, parecem não perceber consequências de colocarem tanta informação pessoal na «web».


«Penso que a sociedade não entende o que acontece quando tudo está disponível, publicado e gravado por todos o tempo inteiro», afirmou ao jornal norte-americano. Para o futuro, Schmidt «prevê que todos os jovens um dia terão automaticamente direito a mudar de nome ao chegarem à vida adulta de modo a deixarem para trás as travessuras da juventude guardadas nas redes sociais».


O executivo foi mais longe e confessou que o Google guarda cada vez mais informações sobre os seus utilizadores.


Fonte: IOL

Ninguém morre na Internet


José Formosinho Mealha, jornalista, morreu no último dia de Natal. Se fosse vivo teria feito 55 anos a 8 de Fevereiro. Nesse dia, a sua página no Facebook foi inundada com mensagens de «parabéns» ou «feliz aniversário» dos seus mais de 1400 "amigos". «Isso irritou-me muito», conta ao tvi24.pt Maria de Lurdes Mealha, irmã do falecido. Por isso, está decidida a tentar «apagar» o perfil de José no Facebook.

Jurista de profissão, Maria de Lurdes sabe que a tarefa não é fácil. Dois ou três dias após a morte do irmão colocou «um post» sobre o sucedido. Inicialmente, não pensou fechar a página, porque esta acabou por ser um espaço de homenagem e saudade «de quem o estimava». Mas a forma como as mensagens sobre a sua morte foram ignoradas, deixa-a indignada: «Ainda hoje recebe convites de amizade ou para jogos idiotas. Não faz sentido».

Uma amiga morreu há dois dias e Maria de Lurdes Mealha teme que também no caso dela a morte seja ignorada no Facebook. Como não conhece a palavra-passe do irmão para poder fechar a conta,
o único caminho será contactar os responsáveis pelo serviço e «provar a morte do irmão».

Deixar decisão no testamento?

«Estamos perante uma nova realidade», afirma ao tvi24.pt Isabel Cruz, secretário-geral da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Como tal, talvez «as pessoas devam pensar bem quando se inscrevem nessas páginas. Talvez possam equacionar o que pretendem e deixar isso escrito em testamento, como deixam tantas outras coisas. O mais simples seria partilhar essa informação, em vida, com alguém», afirma Isabel Cruz.

Uma coisa é certa: «Não há legislação em Portugal sobre estas matérias. E duvido que algum país a tenha», conclui a responsável. «Terá sempre de passar por contactar os responsáveis pelo serviço, na maioria das vezes, no estrangeiro».

Mas as dúvidas de Isabel Cruz são muitas: «Se não há indicações, como pode a família ter certeza que aquela pessoa quereria apagar o perfil? A memória também perdura para além da vida do internauta. Será que a pessoa preocupar-se-ia realmente com a situação?»

Apesar de compreender o lado das famílias, não tem dúvidas que, «por agora, deve prevalecer o bom senso». Além do mais, mesmo que se «apague um perfil, a pessoa não desaparece. E esse parece ser um problema insolúvel da internet».

Por exemplo, se a pessoa participou em fóruns ou em actos oficiais basta «uma pesquisa no Google para encontrar o seu nome». «Tal como a memória não se apaga, a pessoa também não se consegue apagar da Internet. A questão não é só acabar com um perfil, é mais ampla».

Até hoje a Comissão nunca foi contactada para «ajudar» num caso semelhante a este.

Relembrar António Feio

O actor António Feio morreu a 30 de Julho de 2010. Perdeu a guerra contra o cancro, mas a sua luta foi seguida e apoiada por milhares de fãs, no Facebook, durante meses.

Uma amiga criou uma página de fãs e deu permissão ao actor para ser administrador. «Ele sentia orgulho no evoluir da página e no enorme número de fãs que o seguiam. Gostava de ter todos actualizados», conta ao tvi24.pt Catarina Feio, uma das filhas.

Depois de tudo o que «viram, a atenção que o pai dava à página e o carinho que dizia sentir», a família não teve dúvidas «em manter o perfil». Desde que o pai faleceu a família fez poucos posts: «Talvez uns três ou quatro. Apenas informação realmente importante». «Até porque», explica, «os fãs alimentam a página e o número de seguidores continua a crescer». Por isso mesmo, a filha sente que «se justifica que a página exista e persista».

Além desta página de fãs, António Feio também tinha uma pessoal. Esta também continua disponível, mas já não é possível actualizar. Catarina afirma que nunca comunicou a morte do pai ao Facebook, mas que alguém o deve ter feito. O serviço fez algumas alterações na página, mas nada que «a choque».



Fonte: IOL

A mais forte erupção do sol em 4 anos


O sol produziu na terça-feira a sua erupção mais forte dos últimos quatro anos, sinal de um novo ciclo de actividade deste astro depois de um longo período de acalmia, informa a NASA, em comunicado citado pela Lusa.

«O sol produziu a sua primeira erupção de categoria X, a mais forte da escala, em mais de quatro anos, às 1h56 GMT de 15 de Fevereiro», refere a agência espacial norte-americana.

O Solar Dynamics Observatory, da NASA, registou um clarão de radiações ultravioleta de muito forte intensidade numa região muito activa do hemisfério sul do sol, que até agora estava menos activo do que o hemisfério norte.

Esta erupção foi precedida de outras não tão fortes ao longo dos últimos dias, de categoria M e C.

As erupções solares desta natureza podem provocar graves perturbações nas telecomunicações solares e do espaço, bem como nos sistemas de distribuição de electricidade, preveniu a NASA.

Em 1972, uma tempestade magnética provocada por uma erupção solar deixou na escuridão seis milhões de pessoas no Quebeque (Canadá).



Fonte: IOL