quinta-feira, 28 de maio de 2009

Remédio contra cancro apaga impressões digitais


Um medicamento utilizado no tratamento do cancro apaga as impressões digitais dos pacientes e esse efeito transformou-se num problema para os serviços de imigração dos Estados Unidos da América (EUA), noticia a BBC.

Uma carta de um médico do Sri Lanka, publicada esta quarta-feira pela revista «Annals of Oncology» revela que um desses pacientes ficou retido num posto de imigração fronteiriça nos EUA porque não tinha impressões digitais. O homem tem metástase no pescoço e na cabeça, mas respondeu bem à quimioterapia, baseada num composto identificado como Capecitabine.

Eng-Huat Tan, do Departamento Nacional de Oncologia do Centro Nacional do Cancro, em Singapura, recomenda por isso a todos os pacientes medicados com Capecitabine que levem consigo uma carta do médico-assistente quando viajarem para os EUA.

O Capecitabine é um medicamento anti-metabólico usado para tratar vários tipos de cancro. Um dos efeitos é a inflamação crónica da planta dos pés e da palma das mãos. Essa inflamação traduz-se em descamação, sangramentos e formação de bolhas na pele. Esses efeitos podem levar à perda das impressões digitais, se repetidos por um longo período.

O oncologista contou que, em Dezembro de 2008, um dos seus pacientes, que estava a ser tratado com Capecitabine há três anos, chegou aos Estados Unidos para visitar parentes.

«Ficou detido durante quatro horas porque os agentes de imigração não podiam detectar-lhe as impressões digitais», afirmou.

Por fim, o homem de 62 anos, oriundo da Ásia, foi autorizado a entrar nos Estados Unidos quando os serviços de imigração verificaram que não constituía uma ameaça para a segurança do país.

Fonte: IOL Diário

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