quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Investigadores identificam zonas de alto risco para sismos de grandes dimensões


Investigadores internacionais divulgaram hoje ter identificado zonas da crosta terrestre que estão mais expostas a ocorrência de sismos de grandes dimensões, como foi o caso dos terramotos que devastaram a Indonésia e o Japão nos últimos anos.

"Descobrimos que 87% dos 15 sismos mais fortes registados no século passado [com uma magnitude igual ou superior a 8,6] estão associados a regiões localizadas na intersecção entre uma zona de fratura oceânica e uma zona de subducção [também denominada zona de Benioff-Wadati ou depressão tectónica, é uma zona onde convergem duas placas tectónicas]", referiu Dietmar Muller, investigador da Universidade de Sidney, Austrália.

Esta correlação com as fraturas oceânicas, uma espécie de "cicatrizes" localizadas no fundo dos oceanos, e as zonas de subducção foi verificada em 50% dos casos analisados, que englobaram os 50 sismos mais devastadores do século XX (com magnitude igual ou superior a 8,4).

Para a realização deste estudo, hoje publicado na revista europeia "Solid Earth", os investigadores analisaram um total de cerca de 1.500 sismos.

Após essa análise, os peritos cruzaram os dados cartográficos com recurso a um algoritmo idealizado inicialmente para analisar as preferências dos utilizadores de Internet.

Esta descoberta poderá permitir aperfeiçoar a fiabilidade das cartas das zonas de forte risco sísmico.

Idealizadas a partir de dados reunidos desde 1900, estas cartas muitas vezes não referenciam regiões que podem ser zonas de alto risco.

Foi o caso da zona onde ocorreu o tremor de terra de Tohoku-Oki (com uma magnitude de 9), seguido de um tsunami, que devastou o Japão em março de 2011. O sismo fez mais de 15 mil mortos.

Alguns meses depois, um grupo de cientistas divulgou que a intensidade do sismo tinha sido tão violenta que teria afetado o campo gravitacional da Terra.

"Mesmo que não consigamos compreender completamente a física dos ciclos sísmicos longos, qualquer melhoria na análise dos dados estatísticos deve ser levada em conta, uma vez que pode contribuir para reduzir os danos e a perda de vidas humanas", concluiu Muller.



Fonte: http://www.ionline.pt

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